Absenteísmo e bem-estar no trabalho para os profissionais de enfermagem
DOI:
https://doi.org/10.36482/1809-205267.ARBP-2022v74.19651Resumo
O absenteísmo e o bem-estar no trabalho (isto é, a síndrome de burnout e o work engagement) são duas realidades distintas que têm caracterizado a categoria dos profissionais da enfermagem e as organizações de saúde em nível mundial. Este artigo tem como objetivo analisar a relação entre o bem-estar no trabalho e o absenteísmo nos profissionais de enfermagem que atuam em ambiente hospitalar. O estudo de corte transversal foi realizado com profissionais da categoria de enfermagem, que trabalham em três hospitais no município de Passo Fundo (RS), Brasil. Trata-se de uma pesquisa de abordagem quantitativa que contou com a participação de 201 profissionais da enfermagem, absenteístas e não absenteístas. O bem-estar foi mensurado por meio de questionário derivado do Maslach Burnout Inventory que mediu duas dimensões core do burnout (cinismo e exaustão) e o work engagement foi medido por meio da Utrecht Work Engagement Scale. Os resultados, nesta amostra, apontaram um alto nível de engagement e um baixo nível de burnout, não sendo registradas diferenças significativas entre os dois grupos de profissionais de enfermagem, absenteístas e não absenteístas.
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