Percepções e sentimentos sobre o bebê subsequente à perda gestacional
DOI:
https://doi.org/10.36482/1809-5267.ARBP-2022v74.18995Palabras clave:
Perda gestacional, Luto materno, Bebê, GestaçãoResumen
A perda gestacional (PG) pode repercutir na gestação subsequente e na maternidade. Neste estudo, objetivou-se identificar e compreender as percepções e os sentimentos maternos sobre a gestação e o bebê subsequente à PG. Trata-se de estudo qualitativo e transversal, com quatro mães com PG nos últimos cinco anos, cujos bebês subsequentes tinham de 6 a 21 meses. Foram aplicados o Questionário de Dado Sociodemográficos e Clínicos, o Questionário sobre Vivências dePerda, o Brief Symptom Inventory e a Entrevista sobre Vivência de Luto Materno e Experiência da Maternidade Atual. Os resultados mostraram repercussões da PG nos sentimentos maternos sobre a gestação, como: ambivalência, medo de nova PG e angústia frente ao parto e nascimento; e nas percepções e sentimentos sobre o bebê, como: idealização das características dele e da relação mãe-bebê, medo da morte do bebê e substituição do bebê falecido. Os achados apontam a importância de ações de prevenção de saúde mental do binômio mãe-bebê em casos de PG
Citas
Aguiar, H. C., & Zornig, S. (2016). Luto fetal: A interrupção de uma promessa. Estilos Clínicos, 21(2), 264-281. https//doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v21i2p264-281
Al-Maharma, D. Y., Abujaradeh, H., Mahmoud, K. F., & Jarrad, R. A. (2016). Maternal grieving and the perception of and attachment to children born subsequent to a perinatal loss. Infant Mental Health Journal, 37(4), 411-423. https//doi.org/10.1002/imhj.21570
Armstrong, D. S., Hutti, M. H., & Myers, J. (2009). The influence of prior perinatal loss on parents’ psychological distress after the birth of a subsequent healthy infant. Journal of Obstetric, Gynecologic & Neonatal Nursing, 38(6), 654-666.
https//doi.org/10.1111/j.1552-6909.2009.01069.x
Bailey, S. L., Boivin, J., Cheong, Y. C., Kitson-Reynolds, E., Bailey, C., & Macklon, N. (2019). Hope for the best… but expect the worst: A qualitative study to explore how women with recurrent miscarriage experience the early waiting period of a new pregnancy. BMJ Open, 9(5), 1-9. https//doi.org/10.1136/bmjopen-2019-029354
Borges, A. (2018, set. 09). “Olá, bebê!” do fantasmático, ao imaginário e real. Psicologia: Portal dos Psicólogos, 1-19.
Braun, V., & Clarke, V. (2006). Using thematic analysis in psychology. Qualitative Research in Psychology, 3(2), 77–101. Braun, V., Clarke, V., Hayfield, N., & Terry, G. (2019). Thematic analysis. In: P. Liamputtong (Org.), Handbook of research methods in health social science (pp. 843-860). Springer: Singapore.
Campbell-Jackson, L., Bezance, J., & Horsch, A. (2014). “A renewed sense of purpose”: mothers’ and fathers’ experience of having a child following a recent stillbirth. Pregnancy and Childbirth, 14(1), 1-12. https//doi.org/10.1186/s12884-014-0423-x
Canavarro, C. (1995). Brief symptom inventory: Testes e provas psicológicas em Portugal. Braga: APPORT.
Canavarro, M. C. (2007). Inventários de sintomas psicopatológicos (BSI): Uma revisão crítica dos estudos realizados em Portugal. In M. R Simões, C. Machado, M. M. Gonçalves, & L. S. Almeida (Orgs.), Avaliação psicológica: Instrumentos validados para a população portuguesa (pp. 305-330). Coimbra: Quarteto.
Casellatto, G. (2015). O resgate da empatia: Suporte psicológico ao luto não reconhecido. São Paulo: Summus.
Chojenta, C., Harris, S., Reilly, N., Forder, P., Austin, M., & Loxton, D. (2014). History of pregnancy loss increases the risk of mental health problems in subsequent pregnancies but not in the postpartum. PLoS One, 9(4), 1-7. https//doi.org/10.1371/journal.pone.0095038
Costa, P. M. L. M. (2015). A percepção materna da diferença entre bebé imaginário e bebé real segundo o número de gestações, o estado emocional e as experiências obstétricas anteriores (Dissertação de Mestrado). Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal.
Côté-Arsenault, D., & Donato, K. (2011). Emotional cushioning in pregnancy after perinatal loss. Journal of Reproductive and Infant Psychology, 29(1), 81-92. https://doi.org/10.1080/02646838.2010.513115
Cramer, B. (1993). Por que se fazem os bebês? In B. Cramer (Org.), Profissão bebê (pp. 83-102). São Paulo: Martins Fontes.
Derogatis, L. R. (1993). BSI: Brief symptom inventory (3a ed). Minneapolis: National Computers Systems.
Fertl, K. I., Bergner, A., Beyer, R., Klapp, B. F., & Rauchfuss, M. (2009). Levels and effects of different forms of anxiety during pregnancy after a prior miscarriage. European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology, 142(1), 23–29. https://doi.org/10.1016/j.ejogrb.2008.09.009
Flick, U. (2009). Introdução à pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Artmed.
Fonseca, M. N. A., Rocha, T. S., Cherer, E. Q., & Chatelard, D. D. (2018). Ambivalências do ser mãe: um estudo de caso em psicologia hospitalar. Estudos Interdisciplinares em Psicologia, 9(2), 141-155.
Fraiberg, S., Adelson, E., & Shapiro, V. (1994). Fantasmas no quarto do bebê: uma abordagem psicanalítica dos problemas que entravam a relação mãe-bebê. Publicação CEAPIA, 7(7), 12-34.
Gaudet, C., Séjourné, N., Camborieux, L., Rogers, R., & Chabrol, H. (2014). Pregnancy after perinatal loss: Association of grief, anxiety and attachment. Journal of Reproductive and Infant Psychology, 28(3), 240–251. https://doi.org/10.1080/02646830903487342
Gil, A. C. (2002). Como elaborar projetos de pesquisa (4a ed.). São Paulo: Atlas.
Graça, C. S. S. (2018). Comunicação pré-Natal: Impacto da perda gestacional precoce (Dissertação de mestrado). Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal.
Hunter, A., Tussis, L., & MacBeth, A. (2017). The presence of anxiety, depression and stress in women and their partners during pregnancies following perinatal loss: A meta-analysis. Journal of Affective Disorders, 223, 153-164. https://doi.org/10.1016/j.jad.2017.07.004
Hutti, M. H., Armstrong, D. S., & Myers, J. (2011). Healthcare utilization in the pregnancy following a perinatal loss. The American Journal of Maternal/Child Nursing, 36(2), 104-111. https://doi.org/10.1097/NMC.0b013e3182057335
Lopes, B. G., Borges, P. K. O., Grden, C. R. B., Coradassi, C. E., Sales, C. M., & Damasceno, N. F. P. (2017). Luto materno: Dor e enfrentamento da perda de um bebê. Rene, 18(3), 307-313.
Meredith, P., Wilson, T., Branjerdporn, G., Strong, J., & Desha, L. (2017). “Not just a normal mum”: a qualitative investigation of a support service for women who are pregnant subsequent to perinatal loss. BMC Pregnancy and Childbirth, 17(6), 1-12. https://doi.org/10.1186/s12884-016-1200-9
Nogueira, P. C. N. V., Chatelard, D. S., & Carvalho, I. S. (2017). Encontros e desencontros: do nascimento à constituição do psiquismo. Estilos Clínicos, 22(1), 113-131. https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v22i1p113-131
Pedreira, M., & Leal, I. (2015). Terceiro trimestre de gravidez: Expectativas e emoções sobre o parto. Psicologia, Saúde & Doenças, 16(2), 260-273.
Rodrigues, A. S. N. (2009). Impacto de uma interrupção espontânea da gravidez na vinculação pré-natal, numa gravidez seguinte (Dissertação de mestrado). Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal.
Silva, P. N. (2012). Maternidade e relação mãe-bebê no contexto do luto materno (Dissertação de mestrado). Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, RS, Brasil.
Simas, F. B., Souza, L. V., & Scorsolini-Comin, F. (2013). Significados da gravidez e da maternidade: Discursos de primíparas e multíparas. Psicologia, Teoria e Prática, 15(1), 19-34.
Soubieux, M. J., & Caillaud, I. (2015). Le groupe thérapeutique des mères endeuillées. Le Carnet PSY, 186(1), 27-31.
Soulé, M. (1987). O filho da cabeça, o filho imaginário. In T. B. Brazelton, B. Cramer, L. Kreisler, R. Schäppi, & M. Soulé (Orgs.), a Dinâmica do bebê (pp.132-170). Porto Alegre: Artes Médicas.
Stern, D. (1997). A Constelação da Maternidade: O panorama da psicoterapia pais-bebê (MVA Veronese, Trad.). Porto Alegre: Artes Médicas.
Teodózio, A. M., & Frizzo, G. B. (2016). (Re)fluxo de emoções: Considerações acerca das (im)possibilidades do encontro de uma dupla mãe-bebê (Trabalho de conclusão de curso). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil.
Tostes, N. A., & Seidl, E. M. F. (2016). Expectativas de gestantes sobre o parto e suas percepções acerca da preparação para o parto. Temas em Psicologia, 24(2), 681-693. https://doi.org/10.9788/TP2016.2-15
Velho, M., Santos, E. A., & Collaço, V. S. (2014). Parto normal e cesárea: representações sociais de mulheres que os vivenciaram. Revista Brasileira de Enfermagem, 67(2), 282-289. https://doi.org/10.5935/0034-7167.20140038
Vescovi, G., Esswein, G., & Levandowski, D. C. (2017). Questionário sobre vivências de perdas. Porto Alegre: Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Vidal, M. (2008). Gravidez após morte perinatal: Sobre a relação da mãe com o bebê sobrevivente. Ciência & Saúde Coletiva, 15(Supl.2), 3185-3190. https://doi.org/10.1590/S1413-81232010000800023
Walsh, F., & McGoldrick, M. (2013). Bereavement: a family life cycle perspective. Family Science, 4(1), 20–27. https://doi.org/10.1080/19424620.2013.819228
Warland, J., O’Leary, J., &, McCutcheon, H. (2011). Born after a loss: the experiences of subsequent children. Midwifery, 27(5), 628-633. https://doi.org/10.1016/j.midw.2010.06.019
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
La aprobación de los textos implica a cesión inmediata y sin encargos de los derechos de publicación en la Revista Arquivos Brasileiros de Psicologia, que tendrá la exclusividad de publicarlos por primera. El autor continuará, no obstante, a detener los derechos autorales para publicaciones posteriores. En el caso de nueva publicación de los artículos en otros vehículos, se recomienda la mención a la primera publicación en Arquivos Brasileros de Psicologia.
Derechos Autorales para artículos publicados en esta revista son del autor, con derechos a primera publicación en la revista. En virtud de parecer en esta revista de acceso público, los artículos son de acceso gratuito, en aplicaciones educacionales y no comerciales.
Reprodución parcial de otras publicaciones
Manuscritos sometidos que contengan partes de texto extraídas de otras publicaciones deberán obedecer a los límites especificados para garantizar originalidad del trabajo sometido. Se recomienda evitar la reproducción de figuras, tablas y dibujos extraídos de otras publicaciones.
El manuscrito que contener reproducción de una o más figuras, tablas y dibujos extraídos de otras publicaciones sólo será encaminada para análisis si acompañado de permiso escrita del detentor del derecho autoral del trabajo original para la reproducción especificada en Arquivos Brasileros de Psicologia. El permiso debe ser direccionado al autor del trabajo sometido. En ninguna circunstancia Arquivos Brasileros de Psicologia y los autores de los trabajos publicados en esta Revista harán un repaso de los derechos obtenidos.