Negociações identitárias: porosidades e dinâmicas em uma galeria prisional LGBT
DOI:
https://doi.org/10.36482/1809-5267.ARBP-2022v74.21084Resumen
Neste artigo se apresentam experiências de gênero e sexualidade na Cadeia Pública de Porto Alegre. O estudo foi realizado a partir de observação participante em uma ala prisional criada especificamente para trans, travestis, homossexuais e seus companheiros e de entrevistas narrativas com uma pessoa detenta.Diante de um panorama político que coaduna diversas formas de exercício de poder, especialmente da instituição prisional e da militância, a parcela de tensionamento que aqui é foco de estudo é a dos agenciamentos e protagonismos que compõem a singularidade das vivências de gênero e sexualidade de pessoas em privação de liberdade na então definida Galeria LGBT. Utilizam-se pressupostos da Teoria Fundamentada como forma de sinalizar elementos das experiências identitárias, que foram analisados considerando perspectivas discursivas. As formas de experienciar questões de gênero e sexualidade na Galeria LGBT mostraram-se dinâmicas, acomodando-se ininterruptamente em exercícios de violência e liberdade.Citas
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