Programa Bem Viver: saúde mental, atenção básica e seus analisadores em pequenos municípios

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36482/1809-5267.ARBP-2022v74.20468

Resumo

Este artigo discute dilemas da articulação entre saúde mental e atenção básica por meio da interlocução com psicólogas/os que atuam no Programa Bem Viver, que abarca municípios de pequeno porte da microrregião de saúde de São João del-Rei, MG, Brasil. Foram realizados grupos focais como dispositivos para a análise institucional das práticas e discursos presentes no campo pesquisado. No processo de análise foram constituídos três analisadores: (1) Espaço, que destaca o lugar ambíguo do Programa Bem Viver na rede de atenção psicossocial, (2) Demanda, que ressalta a predominância do atendimento clínico individual na atuação das/os psicólogas/os e (3) Especialismo, que se refere ao incipiente trabalho interdisciplinar e intersetorial. Nota-se que o Programa Bem Viver, mesmo inserido no território e realizando acolhimento inicial do cuidado em saúde mental, funciona predominantemente como um serviço ambulatorial, em detrimento da integralidade de ações requeridas na atenção básica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Altoé, S. (2004). René Lourau: analista institucional em tempo integral. São Paulo: Hucitec.

Alvarenga, A., Carvalho, D., Costa, A. L., Dantas, C., Oliveira, I., Silva, F., & Yamamoto, O. (2004). O psicólogo nas unidades básicas de saúde: formação acadêmica e prática profissional. Interações, 9(17), 71-89.

Amarante, P. (2007). Saúde mental e atenção psicossocial. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz.

Baremblitt, G. (2012). Compêndio de análise institucional e outras correntes: teoria e prática (6a ed.). Belo Horizonte: Instituto Felix Guattari.

Benevides, R. (2005). A psicologia e o sistema unico de saúde: quais interfaces? Psicologia e Sociedade, 17(2), 21-25. https://doi.org/10.1590/S0102-71822005000200004

Boing, E. (2009). O psicólogo na atenção básica: uma incursão pelas políticas públicas de saúde brasileiras (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil.

Campos, G. W., & Domitti, A. C. (2007). Apoio matricial e equipe de referência: uma metodologia para gestão do trabalho interdisciplinar em saúde. Cadernos de Saúde Pública, 23(2), 399-407. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2007000200016

Dimenstein, M. (1998). O psicólogo nas unidades básicas de saúde: desafios para a formação e atuação profissionais. Estudos de Psicologia, 3(1), 53-81. https://doi.org/10.1590/S1413-294X1998000100004

Ferreira Neto, J. L. (2008). Práticas transversalizadas da clínica em saúde mental. Psicologia: Reflexão e Crítica, 21(1), 110-118. https://doi.org/10.1590/S0102-79722008000100014

Ferreira Neto, J. L. (2011). Psicologia, políticas públicas e o SUS. São Paulo: Escuta.

Gui, R. T. (2003). Grupo focal em pesquisa qualitativa aplicada: intersubjetividade e construção de sentido. Revista Psicologia Organizações e Trabalho, 3(1), 135-159.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2011). Estimativas populacionais para os municípios brasileiros em 01.07.2014. Rio de Janeiro: IBGE. Recuperado em 21 de novembro de 2022 de https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/estimativa2014/estimativa_dou.shtm

Jesus, A. (2013). A institucionalização de um serviço de saúde mental em um município de pequeno porte. In S. L’Abbate (Org.), Análise institucional e saúde coletiva (pp. 510- 534). São Paulo: Hucitec.

Jimenez, L. (2011). Psicologia na atenção básica à saúde: demanda, território e integralidade. Psicologia e Sociedade, 23(spe), 129-139. https://doi.org/10.1590/S0102-71822011000400016

Klein, A. P., & D’Oliveira, A. F. P. L. (2017). O “cabo de força” da assistência: concepção e prática de psicólogos sobre o apoio matricial no núcleo de apoio à saúde da família. Cadernos de Saúde Pública, 33(1), 1-10. https://doi.org/10.1590/0102-311X00158815

L’Abbate, S. (2012). Análise institucional e intervenção: breve referência à gênese social e histórica de uma articulação e sua aplicação na saúde coletiva. Mnemosine, 8(1), 194-219.

Lourau, R. (1995). A análise institucional. Petrópolis: Vozes.

Luzio, C. A., & L’Abbate, S. (2009). A atenção em saúde mental em municípios de pequeno e médio portes: ressonâncias da reforma psiquiátrica. Ciência e Saúde Coletiva, 14(1), 105-116. https://doi.org/10.1590/S1413-81232009000100016

Merhy, E. (2002). Saúde: a cartografia do trabalho vivo. São Paulo: Hucitec.

Ministério da Saúde. (2013). Cadernos de atenção básica: saúde mental. Brasília, DF: MS. Recuperado em 21 de nov. de 2022 de http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_34.pdf

Rodrigues, H., & Souza V. (1991). A análise institucional e a profissionalização do psicólogo. In O. Saidón, & V. R. Kamkhagi (Org.), Análise institucional no Brasil (2a ed., pp. 27-45). Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos.

Severo, A. K., & Dimenstein, M. (2013). Ambulatório de saúde mental como analisador da política de atenção psicossocial. In S. L’Abbate, L. C. Moura, & L. M. Pezzato (Orgs.), Análise institucional e saúde coletiva (pp. 534-559). São Paulo: Hucitec.

Spink, M. (Org.). (2007). Psicologia em diálogo com SUS: prática profissional e produção acadêmica. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Vieira, S. S., & Neves, C. A. B. (2017). Cuidado em saúde no território na interface entre saúde mental e estratégia de da saúde família. Fractal: Revista de Psicologia, 29(1), 24-33. https://doi.org/10.22409/1984-0292/v29i1/1375

Downloads

Publicado

2022-12-26

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa Original