9. Em extinção
Abstract
O processo de criação da faixa Em extinção envolve a exploração sonora por meio de circuitos eletrônicos e pedais de efeito, possibilitando a manipulação fluida de sons e sonoridades saturadas. A utilização desse tipo de textura remete tanto aos trabalhos de música eletroacústica quanto a minha experiência na cultura punk e noise core de São Paulo e do ABC Paulista nos anos 2000. Utilizando o feedback (no-input) como elemento central, busco criar texturas que geram sensações de intensidade, profundidade e abstração.
A intersecção do imaginário dos movimentos autonomistas com essas sonoridades me leva a construir narrativas que abordam embates sobre questões políticas e sociais contemporâneas. Embora a música seja, por natureza, abstrata, as escolhas sonoras e estruturais feitas durante o processo de composição têm implicações na maneira como a obra é interpretada – seja pela pura abstração do som ou pelo uso eventual de textos falados, que são gravados e distorcidos.
Em meu trabalho, essa conjunção de signos sonoros é objetivada como uma forma de crítica ao Estado, evocando sentimentos de ansiedade, alienação e distopia.
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