PELAS RUAS DO MAGREBE: ORIENTALISMO NO BRASIL AO FINAL DO SÉCULO XIX / Walk through the streets of the Maghreb: orientalism in Brazil at the end of the 19th century

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.37235/ae.n40.18

Résumé

O Magrebe central, cuja palavra de origem árabe e significa “onde o Sol se põe”, correspondia, ao final do século XIX, a um território que englobava a Tunísia, a Argélia e o Marrocos (STORA, 2004). Foi uma região fecunda em temas de inspiração, e ao final do Oitocentos, muitos artistas Europeus e Americanos consideravam uma estadia no Magrebe tão indispensável quanto uma permanência de estudos na Itália, destino eleito por inúmeros pintores para o desenvolvimento de pesquisas de renovação do uso da luz e da gama cromática. O Magrebe não só permitia novas possibilidades no uso da cor e de luz, mas possuía a vantagem de permitir uma exploração exótica, de ser uma terra oriental cheia de mistério e misticismo. O fascínio despertado pelo Magrebe conquistou alguns pintores brasileiros, como Arsênio Cintra da Silva, Pedro Américo, ou que aqui atuaram, como Johann Georg Grimm. O artigo busca contextualizar qual foi a importância do Magrebe no panorama mais amplo do Orientalismo Ocidental, bem como apresenta alguns dados, se não inéditos, bem pouco conhecidos sobre a produção Orientalista de Georg Grimm, um pintor que, embora pouco estudado, possui um papel relevo no cenário das artes do Rio de Janeiro, nos conturbados anos de 1880.

Palavras-chave: Orientalismo; Magrebe; Johann Georg Grimm; Pintura do século XIX.

Abstract 

The central Maghreb, a word of Arabic origin that means “where the sun sets”, corresponded, at the end of the 19th century, to a territory that included Tunisia, Algeria and Morocco (STORA, 2004). It was a fruitful region in terms of inspiration, and at the end of the 19th century, many European and American artists considered a stay in the Maghreb as indispensable as a stay in Italy, a destination chosen by countless painters for the development of research to renew the use of light and chromatic range. The Maghreb not only allowed new possibilities in the use of color and light, but had the advantage of allowing an exotic exploration, of being an oriental land full of mystery and mysticism. The fascination aroused by the Maghreb conquered some Brazilian painters, like Arsênio Cintra da Silva, Pedro Américo, or who worked here, like Georg Grimm. The article seeks to contextualize the importance of the Maghreb in the wider panorama of Western Orientalism, as well as presenting some data, if not unpublished, little known about the Orientalist production of Georg Grimm, a painter who, although little studied, has a role the art scene in Rio de Janeiro, in the troubled 1880s.

Keywords: Orientalism; Maghreb; Johann Georg Grimm; 19th century painting.

Biographie de l'auteur

Camila Carneiro Carneiro Dazzi, Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro (CEFET/RJ)

Pós-doutorado (CAPES) junto ao Dipartimento di Discipline Storiche da Università degli Studi di Napoli Federico II/Itália; Doutora em História e Crítica da Arte pelo Programa de PPGAV da UFRJ; Mestre em História da Arte pelo Programa de Pós-Graduação do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP e Graduada em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. É Professora Adjunta do Centro Federal de Educação Tecnológica (RJ), lecionando Patrimônio Cultural; Cultura Brasileira e História da Arte na Graduação e Pós-Graduação, no campus Nova Friburgo. É editora responsável pela revista 19&20 (QUALIS A2) e organizadora dos livros: Oitocentos - A Tomo I; Oitocentos. Tomo II, Oitocentos - Tomo III (2013) e Oitocentos - O Atelier do Artista - Tomo IV (2017) . É autora de artigos publicados em periódicos de conhecida importância, além de ensaios e estudos em obras coletivas. Temas de Pesquisa principais: Arte Brasileira do século XIX e Início do XX, Ensino Artístico Oitocentista, Crítica e Teoria da Arte do século XIX, Relações entre Brasil e Itália na Arte Oitocentista

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Publiée

2020-12-02

Numéro

Rubrique

arte e ensaios