Films d'objets

Nature morte entre cinéma expérimental et art vidéo

Auteurs

  • Ian Schuler UFJF

DOI :

https://doi.org/10.60001/ae.n47.4

Mots-clés :

Videoarte, Cinema experimental, Natureza-morta, Objeto

Résumé

Neste artigo analiso alguns elementos históricos e conceituais da natureza-morta, procurando identificar pontos de relação com procedimentos audiovisuais. Em particular, desenvolvo o seguinte argumento: partindo de algumas interpretações sobre o gênero natureza-morta, podemos assumir que, geralmente, essas imagens abordam os objetos encontrados no espaço da casa. Alguns cineastas e artistas do vídeo também dirigem suas atenções ao cotidiano doméstico e, em diversos casos, filmam as coisas que habitam esses espaços, produzindo o que podemos chamar de um cinema de objetos, ou cinema de natureza-morta. De fato, esse possível gênero fílmico já foi referido por alguns autores. Quando transposta para o cinema, no entanto, a natureza-morta adquire novas características. Sem pretender sobredeterminá-las, elaboro sobre alguns de seus sentidos possíveis, considerando trabalhos de cineastas e videoartistas que fizeram dos objetos inanimados o mote principal em algumas obras. Na seção final, identifico outros traços básicos desse possível gênero audiovisual.

Palavras-chave: Cinema experimental. Videoarte. Natureza-morta. Objeto.

Références

BRAKHAGE, Stan. In defense of amateur. Hambre. 2014. Disponível em: https://hambrecine.com/wp-content/uploads/2014/05/in-defense-of-amateur-brakhage.pdf. Acesso em 27 jun. 2024.

BRYSSON, Norman. Looking at the overlooked: four essays on still life painting. London: Reaktion Books, 1990.

BURCH, Noël. To the distant observer: form and meaning in the Japanese cinema. Berkeley: University of California Press. 1979.

DELEUZE, Gilles. Cinema 2: a imagem-tempo. Trad. Eloisa de Araújo Ribeiro. São Paulo: Brasiliense, 2018.

DEREN, Maya. Amateur vs professional. Buenos Aires: Hambre: espacio cine experimental, 2013.

GUIMARÃES, Cao. Cinema de cozinha: texto escrito para a mostra retrospectiva cinema de cozinha. São Paulo: Sesc-SP, Sesc-Vila Mariana, 2008. Disponível em: https://www.caoguimaraes.com/wordpress/wp-content/uploads/2012/12/cinema-de- cozinha.pdf. Acesso em 12 jan. 2022.

LINS, Consuelo. Cao Guimarães: arte documentário ficção. Rio de Janeiro: 7Letras, 2019.

MEKAS, Jonas. On goodness and cinema. Movie Journal: the rise of a new american cinema, 1959-1971. New York: The Macmillan Company. 1972.

MEKAS, Jonas. Dripping Water. New York Times.1969. Disponível em: https://lightcone.org/en/film-11541-dripping-water. Acesso em 14 dez. 2021.

MOURÃO, Patricia. A invenção de uma tradição: caminhos da autobiografia no cinema experimental [manuscrito]. São Paulo, 2016.

PESSÔA, Alexandre Neiva. Estevão Silva e a pintura de naturezas mortas no Brasil do século XIX. Rio de Janeiro: EBA, UFRJ, 2002.

PINA, Raisa Ramos de. A longa vida da natureza-morta: gênero, segregação, subversão. Curitiba: Appris, 2020.

SCHAPIRO, Meyer. The apples of Cezanne: an essay on the meaning of still-life. In: Modern Art. 19th & 20th Centuries. New York: George Braziller, 1978.

SCOVINO, Felipe. Rosto em suspenso: marcos iniciais da videoarte no Brasil. Arte & Ensaios, v. 26, n. 39, jan.-jun. 2020.

SNOW, Michael. Scott McDonald, interview with Michael Snow. In: DIXON, Wheeler Winston; FOSTER, Gwendolyn Andrey (orgs.). Experimental cinema: the film reader. New York: Routledge. 2002.

Téléchargements

Publiée

2024-08-07