Incertezas Associadas ao Uso do Sensoriamento Remoto na Estimativa do Balanço Hídrico
DOI:
https://doi.org/10.11137/1982-3908_2021_44_36706Keywords:
Bacias hidrográficas, Recursos hídricos, Dados TRMMAbstract
A quantificação dos recursos hídricos disponíveis é fundamental para o seu gerenciamento adequado e para a sustentação da qualidade de vida. Convencionalmente, as variáveis hidrológicas são estabelecidas por medições in situ, no entanto há escassez desses dados, tornando o Sensoriamento Remoto (SR) uma alternativa atraente. O objetivo deste trabalho é obter o balanço hídrico em bacias hidrográficas a partir de fontes de dados in situ e dados de SR de nível orbital, identificar os modelos com melhores resultados, as principais fontes de incertezas e o efeito de escala espacial e temporal. Para isso, foram selecionadas 10 bacias hidrográficas no estado do Rio Grande do Sul. Coletou-se dados de estações meteorológicas, pluviométricas e fluviométricas e de SR sobre precipitação (P), evapotranspiração (ET), vazão (Q) e armazenamento de água terrestre (S). Calculou-se o balanço hídrico a partir destes dados, mesclando ambas as fontes. Os produtos de SR utilizados foram: Tropical Rainfall Measuring Mission (TRMM), Global Amsterdam Evaporation Land Model (GLEAM) e Gravity Recovery and Climate Experiment (GRACE). Na estimativa de vazão pela equação simples constatou-se que a utilização de ET via SR é uma alternativa viável quando há escassez de dados provenientes de estações meteorológicas. Por sua vez, o uso de dados de armazenamento de água por SR na equação de balanço hídrico não resultou em uma quantificação precisa das vazões fluviais, ainda que, em um período suficientemente longo de análise, tenha se constatado uma redução do erro no balanço de água em bacias maiores. As estimativas de S calculadas por fontes mistas de dados demonstraram resultados excelentes. Concluiu-se que é possível estimar o balanço hídrico em bacias hidrográficas a partir de dados obtidos por SR, no entanto a precisão destas estimativas é resultado de diversos fatores: localização, tamanho da bacia, época do ano e escala temporal de análise.
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