Caracterização Geomorfológica e Dinâmica Erosivo-Deposicional de Encostas no Vale Fluvial do Ribeirão Contagem-DF, Brasil

Autores

  • Ligier Modesto Braga Universidade de Brasília/UnB, Laboratório de Geografia Física, ICC Norte, Mód. 23, Campus Darcy Ribeiro, 70910-900, Brasília, Distrito Federal, Brasil.
  • Dandara Caldeira Universidade de Brasília/UnB, Laboratório de Geografia Física, ICC Norte, Mód. 23, Campus Darcy Ribeiro, 70910-900, Brasília, Distrito Federal, Brasil.
  • José Gustavo da Silva Nunes Universidade de Brasília/UnB, Laboratório de Geografia Física, ICC Norte, Mód. 23, Campus Darcy Ribeiro, 70910-900, Brasília, Distrito Federal, Brasil.
  • Yawar Hussain Universidade de Brasília/UnB, Programa de Pós Graduação em Geotecnia, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, 70910-900, Brasília, Distrito Federal, Brasil.
  • Hernán Martinez Carvajal Universidade Nacional da Colômbia, Faculdade de Minas, Carrera 80 No 65-223, Medellín, Colômbia.
  • Rogério Uagoda Universidade de Brasília/UnB, Laboratório de Geografia Física, ICC Norte, Mód. 23, Campus Darcy Ribeiro, 70910-900, Brasília, Distrito Federal, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.11137/2018_2_51_65

Palavras-chave:

Geomorfologia de encostas, Resistência ao cisalhamento, Movimentos de massa

Resumo

Os movimentos de massa são um dos fenômenos naturais que mais tem causado prejuízos, no mundo. O material transportado e depositado nas encostas em consequência de um movimento de massa pode ser reconhecido por um número de características granulométricas, morfométricas e micromorfológicas, da encosta. A área de estudo localiza-se no Distrito Federal na Região Administrativa da Fercal, dentro da bacia hidrográfica do Ribeirão Contagem. O objetivo da pesquisa consiste em caracterizar os diferentes materiais que constituem as encostas e fundos de vale com a finalidade de verificar a correlação entre o relevo do Planalto Central e as rampas do Sudeste Brasileiro. Três encostas com morfologias distintas (concavidade fechada, concavidade aberta, e convexo- retilínea) foram escolhidas e traçadas sua topossequência, utilizando trado manual. Foram recolhidas 78 amostras deformadas de solos para análise granulométricas/ morfoscópicas e 6 amostras indeformadas em porções distintas das encostas para realização dos testes de cisalhamento. A análise granulométrica revelou textura similar entre as encostas, sendo para a E1 (predominantemente argilosa, franco argilosa e silto argilosa), E2 (variação entre argilosa e arenosa) e E3 (entre argilosa, franco argilosa e silto argilosa). Análises morfoscópica corroboraram para distinguir o topo e média encosta típica de depósitos coluvionares (grãos irregulares, angulares e sub angulares com superfície rugosa) de amostras da baixa encosta típica depósitos aluvionares (grãos sub arredondados e arredondados com superfícies onduladas e alisadas). Os testes de cisalhamento revelaram altos valores para todas as porções das encostas, sendo que a convexo-retilínea apresentou a maior (68,11kPa). A porção média da encosta E2 é a única a apresentar fator de estabilidade crítico, devido principalmente a alta declividade. A estabilidade dos materiais averiguada por esta pesquisa admite dizer que a ocorrência de fenômenos de deslizamento na bacia do Ribeirão Contagem não estão predominantemente ligadas às características mecânicas dos materiais que as compõe. As análises geomorfológicas por sua vez indicam a existência pretérita da condição de eventos mais intensos que geraram as cicatrizes e grandes deposições, observadas atualmente.

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Publicado

2019-09-09

Edição

Seção

Artigos