Origem, Características e Distribuição Espacial da Cannabis do Polígono da Maconha no Estado de Pernambuco
DOI:
https://doi.org/10.11137/1982-3908_2021_44_40949Palavras-chave:
Cannabis, Características do cultivo, Distribuição espacialResumo
O artigo buscou explorar os temas que envolvem a origem e as características do cultivo da Cannabis como suporte ao combate sistêmico a sua plantação no Polígono da Maconha. A metodologia aplicada no estudo teve como objetivo principal identificar e localizar em quais municípios pernambucanos a Cannabis é produzida e enquadrá-los no Polígono da Maconha. Para caracterizar e georreferenciar o cultivo da Cannabis na área de estudo, foi utilizada a base de dados geoespaciais adquirida pela Polícia Federal, do período de novembro de 2010 a junho de 2018. Por meio dos processos metodológicos realizados, foram selecionados registros de 2.227 pontos georreferenciados de ocorrências de Cannabis distribuídos na área da pesquisa. A manipulação dos dados: cruzamento, agrupamentos e classificações dos dados, resultaram em geoinformações do quantitativo de plantas em cada munícipio e do estado de desenvolvimento das lavouras. A elaboração dos mapas temáticos no software QGIS resultou na facilidade da Polícia Federal em materializar os municípios que compõe o Polígono da Maconha, na localização precisa cultivo ilícito, bem como visualizar a classificação por padrões das plantações (pés/covas) por área de lavoura. Um dado importante resultante desse estudo é que do total de registros das ocorrências de cultivo ilícito, 1.620 pontos, que em percentual correspondente a 72,74%, se concentraram em ilhas do rio São Francisco. As demais ocorrências, 27,26%, espalhavam-se nas áreas do continente dos municípios pernambucanos. Constatou-se que o plantio está diretamente ligado a fontes de água para irrigação da lavoura.
Referências
Bomfim, E.M. 2006, ‘O homem no Vale do São Francisco: um legado de Donald Pierson às ciências humanas e sociais no Brasil’, Psicologia & Sociedade, vol. 18, pp. 81-5. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-71822006000100011.
Brandão, M.D. 2014, ‘Ciclos de atenção à maconha no Brasil. Revista da Biologia, dezembro, vol. 13, no. 1, p. 67. https://doi.org/10.7594/revbio.13.01.01.
Camargo, F.A.O., Justolin, B., Lemos, R.P., Matielo, C.B., Sarzi, D.S., & Stefenon, V.M. 2018, ‘A Bibliometric Analysis of Cannabis Publications: Six Decades of Research and a Gap on Studies with the Plant’, Publications, vol. 6, no. 4, p. 40. https://doi.org/10.3390/publications6040040.
Carlini, E.A. & Cunha, J.M. 1981, ‘Hypnotic and Antiepileptic Effects of Cannabidiol’, The Journal of Clinical Pharmacology, vol. 21, no. S1, pp. 417S-27S. https://doi:10.1002/j.1552-4604.1981.tb02622.x.
Cherney, J. H. & Small, E. 2016, ‘Industrial hemp in North America: production, politics and potencial’, Agronomy, 12 novembro, vol. 6, no. 58, p. 24. https://doi.org/10.3390/agronomy6040058.
Chien, J. & Peters, J. 2018, ‘Contemporary routes of Cannabis consumption: a primer for clinicans’, vol. 118, no. 2, pp. 67-70. https://doi:10.7556/jaoa.2018.020
Cohen, M. 1988, Tudo Sobre Drogas - Maconha, 1 edn, Nova Cultura, São Paulo.
Constituição da República Federativa do Brasil 1988 (Congresso Nacional).
Dória, J.R.C. 1958, ‘Os Fumadores de Maconha: efeitos e males do vício’ in Serviço Nacional de Organização Sanitária (eds), Maconha: coletânia de trabalhos brasileiros, 2 edn, Rio de Janeiro, s.n., pp. 1-14.
Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime 2018, Drug Prices Report, acesso em 14 outubro 2018, <https://www.unodc.org/wdr2018/prelaunch/7.2_Cannabis.xlsx>.
Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime 2018, World Drug Report 3, acesso em 26 novembro 2018, <https://www.unodc.org/wdr2018>.
Fraga, P.C.P. 2007, ‘A geopolítica das drogas na América Latina’, Revista em Pauta, Issue 19, pp. 67-88. http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistaempauta/article/view/187/210.
Fraga, P.C.P. & Iulianelli, J.A.S. 2011, ‘Plantios ilícitos de ‘cannabis’ no Brasil: desigualdade, alternativa de renda e cultivo de compensação’, Dilemas - Revista de Estudos de Conflito e Controle Social, vol. 4, no. 1, pp. 11-39. https://revistas.ufrj.br/index.php/dilemas/article/view/7205/5798.
França, J.M. 2015, História da Maconha no Brasil, Três Estrelas, São Paulo.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 2019, Publicação em Geociências, Organização do Território, Estrutura Territorial, acesso em 10 dezembro 2019, <https://www.ibge.gov.br/geociencias/organizacao-do-territorio/estrutura-territorial/15774-malhas.html?=&t=downloads>.
Lei de Fiscalização de Entorpecentes 1938 (Congresso Nacional).
Lei que Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas 2006 (Congresso Nacional).
Martins, H.T. 2010, ‘A retaliação de Pernambuco: o caso da Comarca do rio de São Francisco’, CLIO: Revista de Pesquisa História, vol. 28, no. 2, p. 16. http://dx.doi.org/10.22264/clio.issn2525-5649.2018.36.1.01.
Menz, M.M. 2005, ‘Os escravos da feitoria do linho cânhamo: trabalho, conflito e negociação’, Afro-Ásia, no. 32, 139-58. http://dx.doi.org/10.9771/1981-1411afro-ásia.v0i32.21090.
Oliveira, A., Zaverucha, J. & Rodrigues, E. 2009, ‘Polígono da Maconha: contexto sócioeconomico, homicídios e atuação do Ministério Público’, Colecao Segurança com Cidadania, vol. 1, pp. 175-94. https://app.uff.br/riuff/handle/1/5796.
Oliveira, B.R., Silva Junior, E.E.A. & Souza, N.M. 2019, ‘Cartas Geotécnicas Aplicadas ao Planejamento Urbano: Estudo de Caso no Setor Habitacional Taquari/ DF, Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ, vol. 42, no. 3, pp. 98-111. https://doi.org/10.11137/2019_3_98_111.
Ribeiro, M., Marques, A. C. P. R., Laranjeira, R., Alves, H. N. P., Araújo, M. R., Baltieri, D. A., Bernardo, W. M., Lagp, C., Karniol, I. G., Kerr-Corrêa, F., Nicastri, S., Nobre, M. R. C., Oliveira, R. A., Romano, M., Seibel, S. D., Silva, C. J. 2005, ‘Abuso e dependência da maconha’, Revista da Associação Médica Brasileira, Setembro, vol. 51, no. 5, pp. 247-49. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302005000500008.
Rong, C., Lee, Y., Carmona, N. E., Cha, D. S., Ragguett, R. M., Rosenblat, J. D., Mansur, R. B., Ho, R. C., McIntyre, R. S. 2017, ‘Cannabidiol in medical marijuana: research vistas and potential opportunities, Phamacological Reserch, vol. 121, p. 6. https://doi.org/10.1016/j.phrs.2017.05.005.
Rosa, L. 2018, ‘Cultivo do cânhamo no Brasil’, 7ª Conferência Internacional de História Econômica e IX Encontro de Pós-Graduação em História Econômica, Ribeirão Preto. <https://www.researchgate.net/publication/330880922_Cultivo_do_canhamo_no_Brasil>.
Small, E. 2015, ‘Evolution and Classification of Cannabis sativa (marijuana, hemp) in relation to human utilization’, Bot. Rev., vol. 81, no. 3, pp. 189-294. https://doi.org/10.1007/s12229-015-9157-3.
Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste 2017, Resolução N º 107/2017, de 27 de julho de 2017, acesso em 15 outubro 2018, <http://sudene.gov.br/images/2017/arquivos/Resolucao-107-2017.pdf>.
Westerhuis, W. 2016, ‘Hemp for textiles: plant size matters’, Tese de Doutorado, Wageningen University & Reseach. https://doi.org/10.18174/378698.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Anuário do Instituto de Geociências

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os artigos publicados nesta revista se encontram sob a llicença Creative Commons — Atribuição 4.0 Internacional — CC BY 4.0, que permite o uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, contanto que o trabalho original seja devidamente citado.