Proust no caminho do mal: o desvio da escrita
DOI:
https://doi.org/10.1590/1517-106X/2017193604617Resumo
Este artigo analisa, a partir da leitura do livro A literatura e o mal, do filósofo Georges Bataille, a ideia do Mal presente na obra Em busca do tempo perdido, do escritor Marcel Proust, tomando como base a relação (in)satisfeita do narrador com sua amada Albertine e a noção de desvio estabelecida pelo narrador proustiano em relação à homossexualidade de determinados personagens. Da (in)satisfação e do desvio sexual, a obra proustiana se aproxima do Mal bataillano ao conferir a esses temas a base de sua estrutura narrativa e, pelo movimento discursivo, se afastar cada vez mais do espaço do Bem, que viria a ser o espaço da satisfação, da conduta padrão, da objetividade. A Busca se configura como o espaço do erro, da ambiguidade, do desvio -- espaço do Mal.
Referências
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