O travestimento do corpo e da escritura em Severo Sarduy

Autores

  • Maria Cristina Chaves Carvalho Universidade Federal do Espírito Santo Vitória -- ES

DOI:

https://doi.org/10.1590/1517-106X/2017191106124

Resumo

Este trabalho se propõe a realizar uma breve análise do romance Cobra, de Severo Sarduy, buscando examinar a existência de uma prática barroca nessas escrituras, seguindo a vertente neobarroca, responsável pela revitalização de traços do barroco na contemporaneidade. A expressão da anamorfose, uma rubrica das artes plásticas, deverá ser associada a uma forma modificada da escrita, que pode ser reconfigurada como um processo de criação do romance referido. A figura do travesti será investigada devido à sua aparência híbrida, que se configura em gestos e cores de um corpo que é também tecido. Nesse sentido, será realizada uma associação entre a imagem desse corpo sujeito a metamorfoses e o corpo do texto, o qual converge para uma escrita andrógina. O travestimento do corpo da palavra, conforme Severo Sarduy, será perceptível nas tramas do texto através de procedimentos de escrita que visam à encenação.

Biografia do Autor

Maria Cristina Chaves Carvalho, Universidade Federal do Espírito Santo Vitória -- ES

Pesquisadora de Pós-Doutorado na Universidade Federal de Espirito Santo (Bolsista FAPES). Tem Doutorado em Letras/Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense, Mestrado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e Graduação em Letras (Português-Literaturas) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente desenvolve um projeto de pesquisa sobre Literaturas Africanas.

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Publicado

2018-09-11

Edição

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Artigos