Símbolo, complexo e mito: o mistério Bachelard
DOI:
https://doi.org/10.1590/1517-106X/2037595Resumo
A contribuição deste artigo está em renovar a interpretação do lugar da imaginação no pensamento de Gaston Bachelard. Procurando restituir certo contexto estético que sustém as teses poéticas do autor, mostra-se aqui que, por um lado a afirmação da autonomia da dimensão simbólica primitiva do homem almeja proteger a imaginação poética dos efeitos racionais da dialética histórica, e por outro lado a atualidade da atividade de imaginação leva a pensá-la como dimensão crítica no próprio âmbito da história. Tenta-se, então, captar dois momentos fundamentais deste dispositivo ao mesmo tempo simbólico e crítico, o qual coloca a cultura e a literatura poética em posição de destaque. Primeiro, o momento primitivo do nascimento do símbolo com o fogo, enquanto misto de tecné e de phusis. Em seguida, o momento do homem culto, que busca viver poeticamente sua humanização do mundo graças à matéria aquática, retornando reflexivamente à natureza do símbolo.
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