Símbolo, complexo e mito: o mistério Bachelard

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DOI:

https://doi.org/10.1590/1517-106X/2037595

Resumo

A contribuição deste artigo está em renovar a interpretação do lugar da imaginação no pensamento de Gaston Bachelard. Procurando restituir certo contexto estético que sustém as teses poéticas do autor, mostra-se aqui que, por um lado a afirmação da autonomia da dimensão simbólica primitiva do homem almeja proteger a imaginação poética dos efeitos racionais da dialética histórica, e por outro lado a atualidade da atividade de imaginação leva a pensá-la como dimensão crítica no próprio âmbito da história. Tenta-se, então, captar dois momentos fundamentais deste dispositivo ao mesmo tempo simbólico e crítico, o qual coloca a cultura e a literatura poética em posição de destaque. Primeiro, o momento primitivo do nascimento do símbolo com o fogo, enquanto misto de tecné e de phusis. Em seguida, o momento do homem culto, que busca viver poeticamente sua humanização do mundo graças à matéria aquática, retornando reflexivamente à natureza do símbolo.

Biografia do Autor

Cristina Henrique da Costa, Universidade Estadual de Campinas

Graduada em Filosofia pela Universidade Paris IV Panthéon – Sorbonne e Mestre (Maîtrise e DEA) em Filosofia pela Universidade Paris I Panthéon – Sorbonne. É Doutora em Estudos Românicos, especialidade em Literatura Brasileira, pela Universidade Montpellier 3 Paul Valéry. Acaba de concluir seu pós-doutorado na França (EHESS/CRAL/Fonds Ricoeur) sobre “o lugar da literatura na filosofia da imaginação de Paul Ricoeur” e é docente da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL). Lidera o grupo de pesquisa “Mulherando” e trabalha com questões de literatura e imaginação de mulher. É autora de vários artigos sobre Ricoeur, Bachelard e Georges Bataille e do livro Imaginando João Cabral imaginando (Campinas, Editora da Unicamp, 2014).

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Publicado

2018-12-29

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Artigos