Horizontes da pós-colonialidade: o ciclo antilhano de Simone e André Schwarz-Bart

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1517-106X/203299319

Resumo

Este artigo analisa a importância do tráfico negreiro e da escravidão na formação identitária das Américas, mais particularmente nas ilhas caribenhas de Martinica e Guadalupe. Trata-se de observar os entrelaçamentos entre o fazer literário e a história da escravidão a partir do ciclo antilhano, projeto romanesco em curso de Simone e André Schwarz-Bart. O projeto coloca em cena a personagem Solitude, símbolo da resistência negra guadalupense, e sua linhagem feminina para compreensão do período (pós)colonial entre 1760 e 1953 na tentativa de recriar ficcionalmente os horizontes da pós-colonialidade, de promover novas versão da crônica antilhana e de suprir as lacunas e os silêncios da memória.

Biografia do Autor

Vanessa Massoni da Rocha, Universidade Federal Fluminense

Graduada Letras (português-francês), Mestre Literaturas francófonas, com dissertação sobre a escritora canadense Nancy Huston (2009), e Doutora em Estudos de Literatura pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com uma tese sobre a escrita epistolar. Atualmente, é professora de Língua Francesa e de Literaturas Francófonas nos programas de Graduação em Letras e de Pós-Graduação Lato sensu na Universidade Federal Fluminense. Coordena o curso Lato Sensu de Língua francesa e literaturas francófonas da UFF (2018-2022), e é Vice-líder do grupo de pesquisa Identidades em trânsito: estéticas transnacionais na mesma Universidade. É autora do livro Por um protocolo de leitura do epistolar (EdUFF, 2017).

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Publicado

2018-12-29

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Artigos