Colonialidade e assimetria nos contextos sul-americanos da língua portuguesa

Autores

Resumo

O presente texto tem como objetivo central desenvolver uma reflexão sobre condições preliminares de análise do que poderiam algumas especificidades no desenvolvimento das políticas coloniais portuguesas, presentes na experiência mais antiga empreendida no Brasil e, mais recentemente, até o último quarto do século XX, em países africanos. Inúmeras obras de ficção modernas e contemporâneas focalizaram, direta ou indiretamente, as derivas de uma mentalidade colonial no interior das ex-colônias portuguesas. A memória desta experiência, que implica regimes tensos de coabitação epistêmica, têm sido identificada por parte da crítica como um dos traços estruturantes da contemporaneidade. O artigo pretende identificar algumas respostas que o campo literário tem procurado oferecer aos legados e às heranças desta experiência, a partir de premissas teórico-metodológicas disponíveis nos campos de estudos pós e de-coloniais.

Biografia do Autor

Alexandre Montaury, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Rio de Janeiro, RJ

Doutor em Letras (2004) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Atua no Programa de Pós-Graduação em Literatura, Cultura e Contemporaneidade do Departamento de Letras da mesma universidade, onde desempenha a função de diretor. Bolsista de produtividade do CNPq (PQ-2) e Cientista do Nosso Estado (2018-2020) da FAPERJ.

Referências

AMADO, Jorge. Capitães de areia. São Paulo: Martins, 1961.

CARVALHO, Ruy Duarte de. Desmedida: Luanda, São Paulo, São Francisco e volta. Lisboa: Cotovia, 2006.

CÂNDIDO, Antônio. Formação da Literatura Brasileira. São Paulo: Martins, v.2. 1964.

CLASTRES, Pierre. A sociedade contra o Estado. SP: Cosac & Naify, 2003.

FANON, Frantz. Os condenados da terra. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1997.

FERREIRA DE CASTRO, Joaquim. A selva. Lisboa: Guimarães, 1982.

FOUCAULT, Michel. “Outros espaços”. In: Ditos e escritos. Rio de Janeiro: Forense, 2005.

GUINSBURG, Carlo. “Sinais: raízes de um paradigma indiciário”. In: Mitos, emblemas e sinais: morfologia e história. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

MIGNOLO, Walter. Desobediência Epistêmica: a opção descolonial e o significado da identidade em política. Cadernos de Letras da UFF – Dossiê: Literatura, língua e identidade, Niterói, n.34, 2008, p. 287-324.

QUIJANO, Anibal. “Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina”. In: Lander, Edgardo (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Ciudad Autônoma de Buenos Aires, Argentina. Setembro 2005, p. 107-130. (Collección Sur Sur, GLACSO)

SANTOS, Boaventura de Sousa. Para além do Pensamento Abissal: Das linhas globais a uma ecologia de saberes. Revista Crítica de Ciências Sociais, v. 78, 2007, p. 3-46.

Downloads

Publicado

2020-03-30

Edição

Seção

Artigos