Conversa evânica: por uma outra genealogia do ensaio

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Resumo

O século do ensaio foi o século da colonização e da queima de milhares de mulheres europeias e não europeias. Segundo a filósofa e historiadora Silvia Federici, dentre as mulheres acusadas de bruxaria estavam aquelas que partilhavam uma amizade subversiva, seja como modo de se aliarem e resistirem à violência arbitrária de seus maridos e da sociedade patriarcal, seja como uma cumplicidade entre mulheres que abortavam, espontaneamente ou não, contra o imperativo estatal de procriar. Se o ensaio nasce, como gênero, associado à amizade, com Montaigne, como seria pensar outra genealogia do ensaio como um gênero que nascesse da amizade subversiva dessas mulheres que foram queimadas como “bruxas” por fazerem um uso não racional e não ocidental da linguagem, como, por exemplo, conversar com a serpente?

Biografia do Autor

Danielle Magalhães, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Danielle Magalhães. Graduada em História (UFF) e doutora em Teoria Literária (UFRJ). Como bolsista de Pós-Doutorado Nota 10 da FAPERJ (2020-2024), realizou a pesquisa “Mulheres que reescrevem a história”. Publicou os livros de ensaios Ir ao que queima (Ape’Ku, 2021) e, em co-autoria com Flavia Trocoli, No avesso da genealogia (7Letras, 2024). Co-organizou os livros de ensaios Falemos de poesia (7Letras, 2023) e Cenas de escrita: en/stranhar a família (Criação, 2024). Como poeta, publicou os livros Quando o céu cair (2018) e Vingar (2021), ambos pela Editora 7Letras.

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Publicado

2024-10-26

Edição

Seção

Dossiê