Conversa evânica: por uma outra genealogia do ensaio
Resumo
O século do ensaio foi o século da colonização e da queima de milhares de mulheres europeias e não europeias. Segundo a filósofa e historiadora Silvia Federici, dentre as mulheres acusadas de bruxaria estavam aquelas que partilhavam uma amizade subversiva, seja como modo de se aliarem e resistirem à violência arbitrária de seus maridos e da sociedade patriarcal, seja como uma cumplicidade entre mulheres que abortavam, espontaneamente ou não, contra o imperativo estatal de procriar. Se o ensaio nasce, como gênero, associado à amizade, com Montaigne, como seria pensar outra genealogia do ensaio como um gênero que nascesse da amizade subversiva dessas mulheres que foram queimadas como “bruxas” por fazerem um uso não racional e não ocidental da linguagem, como, por exemplo, conversar com a serpente?
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