Conversa evânica: por uma outra genealogia do ensaio
Abstract
O século do ensaio foi o século da colonização e da queima de milhares de mulheres europeias e não europeias. Segundo a filósofa e historiadora Silvia Federici, dentre as mulheres acusadas de bruxaria estavam aquelas que partilhavam uma amizade subversiva, seja como modo de se aliarem e resistirem à violência arbitrária de seus maridos e da sociedade patriarcal, seja como uma cumplicidade entre mulheres que abortavam, espontaneamente ou não, contra o imperativo estatal de procriar. Se o ensaio nasce, como gênero, associado à amizade, com Montaigne, como seria pensar outra genealogia do ensaio como um gênero que nascesse da amizade subversiva dessas mulheres que foram queimadas como “bruxas” por fazerem um uso não racional e não ocidental da linguagem, como, por exemplo, conversar com a serpente?
Downloads
Published
Issue
Section
License
THE AUTHOR/S confirm/s his, her or their participation in all stages of work preparation: 1) Conception, project, bibliographical research, analysis and interpretation of data; 2) Writing and reviewing the manuscript; 3) Approval of the final version of the manuscript for publication; 4) Responsibility for all aspects of the work and guarantee for the accuracy and integrity of any part of the work. The submission of works implies the immediate cession, without onus, by all authors, of publication rights to the journal Alea, licensed under CC BY (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/). The authors are fully responsible for the content of the article and continue to hold all copyrights for subsequent publications of it, and should, if possible, include the reference to the first publication in the journal. Alea does not commit to returning received contributions. Authors of articles, reviews or translations will receive a copy of the journal.