O filme curto na democracia brasileira
Abstract
Trata-se de um balanço do cinema independente no período de construção da democracia no Brasil, 1985 a 2016. Um recorte temporal com filmes que retratam um projeto democrático de emergência de identidades apagadas no cinema nacional. O lugar do negro, das mulheres, dos pobres assumiu um estatuto tensionado nesse novo contexto. O dia em que Dorival encarou a guarda, de Jorge Furtado (1986), por exemplo, narra a estratégia e perspicácia de um detento negro para tomar uma ducha, depois de dez dias preso na solitária por ordem ninguém sabe de quem. Kbela, Yasmim Thainá (2015), por outro lado, é um filme de mulher negra e de origem humilde. A narrativa mostra a transformação de cinco mulheres que superam o preconceito racial descobrindo a própria identidade, a cor, a cultura, a ancestralidade. Entre os dois filmes, é possível identificar uma trajetória que transforma a figuração da liberdade de ação.
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