Assinatura, rasura, poesura: deserrata para Augusto de Campos
DOI:
https://doi.org/10.1590/1517-106X/2021232288311Abstract
A escolha de uma “língua morta” e a grafia idiossincrática na própria língua materna, sobrescrita à imagem de duas figuras indeterminadas (algo e alguém), tornam o título grego (οὔτις) e o texto em português (NINGUÉM) “ilegíveis” num primeiro momento, propondo o poema como uma espécie de trobar clus, uma obra “escura” ou “fechada” (oclusa), como sugerem as sombras ao fundo. No entanto, o poema é quase translúcido: oútis significa “nada” e “ninguém”, literalmente traduzidos no texto e na fotografia, de forma indicial (Peirce) e constatativa (Austin). Como se explica essa contradição performativa? Em que sentido esse texto estranho será chamado (ou não) de “literatura”? O que esse poema pode nos dizer sobre a poética de Augusto de Campos de um modo geral?
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