UM NINHO NA ESCURIDÃO DO MUNDO: POESIA, RESISTÊNCIA E DECOLONIALIDADE
DOI:
https://doi.org/10.1590/1517-106X/2021231154169Resumen
O artigo desenvolve uma discussão, a partir da leitura do poema “De volta ao sol” (2019) de Edimilson de Almeida Pereira, sobre os modos como a poesia brasileira contemporânea tem se inserido no contexto das reivindicações e problematizações em que se fundam iniciativas de descolonização epistemológica e estética na América Latina e Caribe. Tendo em vista a contribuição de estudos da antropologia e da história, bem como reflexões sobre poesia e arte, buscou-se verificar como, no poema, são acessadas e tratadas questões decorrentes da situação representada pelos mantos Tupinambá dos séculos XVI e XVII em acervos de museus europeus. Considerados os efeitos da divisão natureza e cultura, bem como seus desdobramentos, no silenciamento de existências, na apropriação de objetos, seres e povos, compreende-se que o exercício criativo da linguagem, dotado de qualidade política, pode desempenhar papel importante na desnaturalização de concepções, na afirmação da diversidade e na disputa pela memória.
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