Poema como partitura, leitor como performer: outro corpo em outro tempo
DOI:
https://doi.org/10.1590/1517-106X/2117591Resumo
Pode-se pensar o poema como partitura por diferentes perspectivas. Neste artigo, a questão será colocada a partir do corpo – corpo que escreve, corpo que lê, corpo que realiza a partitura. A partitura é um escrito que não é, ainda, a obra, mas a notação que permite a um leitor performar a obra, realizá-la num tempo e lugar diferidos em relação ao autor. A partitura existe para permitir que uma obra se realize à distância de seu autor. Se o poema é uma partitura, significa que ele permite ou promove uma dinâmica entre corpos, cuja natureza será preciso compreender e descrever. Descrever essa dinâmica, a estrutura desse processo, é delimitar um campo: afinal, pensar o poema como partitura, de que se trata? E de que modo o corpo se porta neste jogo? A partir de Corpus de Jean-Luc Nancy, em diálogo com Les Mains Négatives, de Marguerite Duras, procurou-se discutir o problema do corpo implicado na dinâmica da leitura-escrita do poema.
Referências
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