Cultura Lúdica: uma revisão conceitual à luz das ideias dos intelectuais dos estudos de jogo, cultura de jogo e cultura do lúdico

Autores

Palavras-chave:

Cultura Lúdica, Cultura, Jogo, Educação.

Resumo

O objetivo deste trabalho é revisar os significados de cultura lúdica na perspectiva dos intelectuais dos estudos de jogo, cultura de jogo e cultura do lúdico que se debruçaram sobre o tema. Embasado na hermenêutica, a pesquisa consiste na revisão de literatura acerca do conceito e ideia de Cultura Lúdica na literatura. Intelectuais renomados como Fröebel, Huizinga, Caillois e outros, não debatem o termo cultura lúdica, todavia, suas obras servem de introitos e base teórica para pesquisas neste mote. À luz dos estudos de Opie e Opie, Ivic, Rossie, Brougère, Chateau entre outros, e dos estudos de Vigotsky concebemos a cultura lúdica como conjunto de jogos, brinquedos, comportamentos lúdicos etc., apreendidos via mediação semiótica com indivíduos mais velhos ou não, os quais são “reproduzidos” e/ou “ressignificados” em consonância com grupos em que tais manifestações são concebidas. Deste modo, a cultura lúdica envolve um movimento de criação e expressividade num espaço e tempo contínuos que reflete o contexto de criação no momento da infância. De resto, os significados de Cultura Lúdica atribuído pelos intelectuais susoditos fornece valiosos instrumentos de análise sobre o lúdico e de como os indivíduos, sobretudo, as crianças, são produtores de saberes e conhecimentos a partir do lúdico.

Referências

BOURDIEU, P. Os usos da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico. Tradução Denice Barbara Catani. - São Paulo: Editora UNESP, 2004.

BROUGÈRE, G. Jogo e Educação. Porto Alegre: Artmed Editora, 1998.

_____________. Brinquedos e Companhia. São Paulo, Cortez, 2004.

_____________. A Criança e a Cultura Lúdica. In: KISHIMOTO, T. M. (org.). O Brincar e suas Teorias. 2. Ed. São Paulo: Pioneira, 2011.

_____________. Brinquedo e cultura. 8. ed. São Paulo, Editora Cortez, 2013.

CAILLOIS, R. Nature des jeux. In:_____________. Jeux et Sports. Paris: Encyclopédie de la Pléiade, 1967.

_____________. Os jogos e os homens: a máscara e a vertigem. Lisboa: Cotovia, 1990.

CARR, H. A. The Survival Values of Play. Boulder – Colorado, University of Colorado, 1902.

CHATEAU, J. Le jeu de l'enfant après trois ans. 2. ed. Paris: Vrin, 1947.

___________. O jogo e a criança. São Paulo: Summus editorial, 1987.

COMPAYRÉ, G. The intellectual and moral development of the child. New York: Appleton, 1902.

CORSARO, W. A. Sociologia da infância. São Paulo: Artmed, 2011.

DAUPHRAGNE, A. La culture ludique: du jeu d’enfant au loisir adulte. Actes du colloque Enfance et cultures: regards des sciences humaines et sociales, Paris, 2010.

EIFERMANN, R. Social play in childhood. In: HERRON, R. E.; SUTTON-SMITH, B. (Eds.). Child’s play. New York: Wiley, 1971. p. 270-309.

FOURNIER, E. Histoire des jouets et des jeux d’enfants. Paris: E. Dentu Éditeur, 1889.

FREIRE, J. B. O Jogo: entre o riso e o choro. Campinas: Autores Associados, 2002.

FRÖEBEL, F. The education of man. New York: Appleton, 1908.

GADAMER, H.-G. Verdade e método. Tradução de Flávio Paulo Meurer. - Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.

GHEDIN, E.; FRANCO, M. A. S. Questões de método na construção da pesquisa em educação. - São Paulo: Cortez, 2008.

GRILLO, R. M. O Xadrez Pedagógico na Perspectiva da Resolução de Problemas em Matemática no Ensino Fundamental. Dissertação (Mestrado em Educação). Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação. Itatiba, SP: Universidade São Francisco, 2012.

GRILLO, R. M.; GRANDO, R. C. A Cultura do Jogo e a Cultura pelo Jogo. Revista P@rtes (São Paulo), v. 17, p. 1-8, 2013.

GRILLO, R. M.; SPOLAOR, G. C.; PRODÓCIMO, E. A Cultura Lúdica e a Educação Física escolar. Lúdicamente, v. 5, n. 10, 2016.

HART, C. Doing a Literature Review. London: SAGE, 1998.

HELLER, A. Sociología de la vida cotidiana. Barcelona: Península, 1977.

HUIZINGA, J. Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura. 5. ed. São Paulo: Perspectiva, 2008.

IVIC, I. The Play Activities of Children in Different Cultures. In: ___________.; MARJANOVIC, A. (Eds.). Traditional games and children of today. Belgrade: OMEP, 1986. p. 67-82.

JARDIM, C. S. Brincar: um campo de subjetivação na infância. São Paulo, Annablume, 2003.

JOBIM e SOUZA, S.; SALGADO, R. G. A criança na idade mídia: reflexões sobre a cultura lúdica, capitalismo e educação. In: SARMENTO, M.; GOUVEIA, M. C. S. (Org.). Estudos da infância: educação e práticas sociais. Petrópolis-RJ: Vozes, 2008. p. 207-221.

JOHNSON, G. E. Education by plays and games. Boston: Ginn & Company, 1907.

KISHIMOTO, T. M. O jogo e a Educação Infantil. São Paulo: Pioneira, 1994.

KORCZAK, J. Quando eu voltar a ser criança. São Paulo: Summus, 1981.

LINDQVIST, G. The aesthetics of play: A didactic study of play and culture in preschools. Uppsala, Sweden: Uppsala University, 1995.

MAURIRAS-BOUSQUET, M. Un oasis de dicha. El Correo Unesco: el juego, Mayo, 1991

MERLEAU-PONTY, M. A prosa do mundo. Editora Cosac Naify, 2013.

NIKIC, J. Traditional Games in the Kindergarten. In: ___________.; MARJANOVIC, A. (Eds.). Traditional games and children of today. Belgrade: OMEP, 1986. p. 133-137.

OPIE, I. A.; OPIE, P. Children’s Games in Street and Playground. Oxford: Clarendon Press, 1969.

PERGAUD, L. A guerra dos botões. São Paulo: Ática, 1995.

PINO, A. As marcas do humano: às origens da constituição cultural da criança na perspectiva de Lev S. Vigotski. São Paulo: Cortez, 2005.

PRESTES, Z. R. Quando não é quase a mesma coisa: Análise de traduções de Lev Semionovitch Vigotski no Brasil. Repercussões no campo educacional. Tese (Doutorado em Educação). Programa de Pós-Graduação em Educação. Brasília: Universidade de Brasília, 2010.

PROST, A. Jeux et jouets. Le monde noir: Présence Africaine, n. 8/9, pp. 241-248, 1950.

QUEYRAT, F. Les jeux des enfants. Étude sur l’imagination créatrice chez l’enfant. Paris: Félix Alcan Éditeur, 1905.

REBOREDO, A. Jugar es un acto político. México, Ed. Nueva Imagen, 1983.

REGO, J. L. Menino de Engenho. Rio de Janeiro: José Olympio, 1932/2003.

ROSSIE, J-P. Toys, play, culture and society: an anthropological approach with reference to North Africa and the Sahara. Stockholm: SITREC/KTH, 2005.

SALLES DE OLIVEIRA, P. Brinquedo e indústria cultural. Petrópolis, Vozes, 1986.

SANTOS RODRIGUES, G.; GRILLO, R. M. Fenomenologia da Percepção de Maurice Merleau-Ponty: notas para uma sugestão de (re)leitura da obra na Educação Física. In: DOI, I. C. (Org). Leituras de filosofia e ciências humanas na Educação Física. - Ananindeua: Itacaiúnas, 2019.

SCHEINES, G. Juegos inocentes, juegos terribles. Buenos Aires: Eudeba, 1998.

SUTTON-SMITH, B. Toys as culture. New York: Gardner Press, 1986.

SUTTON-SMITH, B. The ambiguity of play. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1997.

TARJA BRANCA: a revolução que faltava. Direção de Cacau Rhoden. São Paulo: Maria Farinha Filmes. DVD (80 min.), son., color. Documentário, 2014.

VAN MANEN, M. Researching lived experience: human science for an action sensitive pedagogy. London: Althouse, 1990.

VANDERMARLIÈRE, B. L’Industrie du jouet. Paris: UNESCO, 1978.

VIGOTSKI, L. S. Obras Escogidas, Tomo III. Madrid: Editora Visor, 1995.

_____________. A brincadeira e o seu papel no desenvolvimento psíquico da criança. Tradução de Zoia Prestes. Revista Virtual de Gestão de Iniciativas Sociais, n. 11, p. 23-36, jun. 2008.

_____________ Imaginação e criação na infância. São Paulo: Ática, 2009.

Downloads

Publicado

2020-03-16

Edição

Seção

Artigos de Revisão