Relação entre atividade física e estresse percebido em professores universitários: uma revisão sistemática

Autores

  • Karen Pimenta Alves Escola de Educação Física e Desportos, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
  • Fabio Gomes de Freitas Programa de Pós-graduação em Educação Física, Escola de Educação Física e Desportos, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
  • Lucas de Oliveira Alves Programa de Pós-graduação em Educação Física, Escola de Educação Física e Desportos, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
  • Natália Soares Rangel Lôbo Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro
  • Paula Guedes Cocate Programa de Pós-graduação em Educação Física, Escola de Educação Física e Desportos, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Palavras-chave:

atividade física, estresse, professor universitário.

Resumo

Este estudo buscou, por meio de uma revisão sistemática de literatura, investigar artigos que abordassem sobre a relação da atividade física com sintomas de estresse em professores universitários. A busca bibliográfica foi realizada nas bases de dados MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online/PubMed), EMBASE (Elsevier), LILACS (Literatura científica e técnica da América Latina e Caribe/BVS – Biblioteca Virtual em Saúde) e no Google Acadêmico, com período limite de seis anos. Os artigos incluídos foram aqueles que relacionavam atividade física e os sintomas de estresse (SE) em professores universitários. Inicialmente, obteve-se total de 893 registros para análise do resumo, desse montante, 22 artigos foram selecionados para leitura na íntegra e após análise de texto completo, apenas 5 manuscritos foram considerados elegíveis. Dos 5 estudos selecionados, 60% obtiveram relação inversa entre atividade física e estresse percebido, enquanto os demais artigos não verificaram relação significativa entre as variáveis descritas. De acordo com a presente revisão e considerando a maioria dos estudos investigados, conclui-se que há uma relação inversa da prática de atividade física e SE percebido em professores universitários, o que indica que um estilo de vida fisicamente ativo possa auxiliar no controle desses SE, que frequentemente acomete o público docente.

Biografia do Autor

Paula Guedes Cocate, Programa de Pós-graduação em Educação Física, Escola de Educação Física e Desportos, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Graduada em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (2005), mestra em Ciências da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (2007), especialista em Musculação e Personal Trainer pela Universidade Veiga de Almeida (2010), doutora em Ciências da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (2013), pós-doutora em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (2015) e pós-doutora em Ciências Nutricionais pela Universidade Federal de do Rio de Janeiro (2018). Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Desenvolveu pesquisas experimentais relacionadas ao gasto energético, consumo alimentar e parâmetros bioquímicos antes e durante a prática de exercício físico, bem como pesquisa epidemiológica relacionada à avaliação do nível de atividade física, do consumo alimentar, de parâmetros cardiometabólicos e de biomarcadores de estresse oxidativo. Participou de projetos de pesquisa, financiados pelo CNPq ou FAPEMIG. Possui experiência em docência no curso de Educação Física nas disciplinas: Metodologia da Pesquisa; Seminário de Conclusão de Curso; Educação Física Saúde e Qualidade de Vida, Medidas e Avaliação; Atividades de Academia e Grupos de risco e atividade física. Orientou vinte e um trabalhos de conclusão de curso e cinco de iniciação científica. Atualmente coordena o projeto de Suplementação de Vitamina D e Cálcio em gestantes (financiado pelo CNPq). Publicou trinta e nove artigos científicos em periódicos nacionais e internacionais, um capítulo de livro e mais de cinquenta resumos em anais de eventos científicos.

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Publicado

2023-10-11

Edição

Seção

Artigos de Revisão