PARA ALÉM DO CANHENHO: O OFÍCIO DE ESCRIVÃO DA CÂMARA NA AMÉRICA PORTUGUESA COMO UM ESPAÇO DE PODER (SEGUNDA METADE DO SÉCULO XVIII)
Mots-clés :
escrivães, câmaras municipais, América portuguesaRésumé
Este artigo tem como objetivo identificar no cargo e na atuação dos escrivães das câmaras aspectos de poder e de privilégio compreendendo-os como um oficial camarário tão importante quanto os edis. Os recortes temporal e espacial estão de acordo com o declínio da produção aurífera, período que coincide com o aumento das políticas centralizadores por parte da Coroa. Utilizamos correspondências e cartas – algumas pertencentes à Coleção Casa dos Contos – trocadas entre os oficiais das câmaras municipais e autoridades hierarquicamente superiores. A discussão bibliográfica é feita majoritariamente à luz de autores que contribuíram na obra em perspectiva deste dossiê: “O Antigo Regime nos Trópicos”. De uma forma geral, acreditamos que havia instâncias de poder que estavam em constante relação de negociação e conflito, ora prevalecendo as forças periféricas, ora a centralização. Acreditamos que o estudo de trajetórias pode ser útil para a observação dos escrivães das câmaras para além da função do mero registro formal, pois agiam como sujeitos históricos ativos com seus próprios interesses e exerciam funções gerais com potencial para definir os rumos administrativos locais. Por fim, sugerimos novos horizontes de análise para o objeto de estudo e alertamos sobre a importância de dedicar maior atenção ao peso das relações interpessoais.
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