ESTADO E IGREJA: RELIGIOSIDADE E IDEOLOGIA DAS PROPAGANDAS NA MIGRAÇÃO PARA A REGIÃO AMAZÔNICA (1942-1945)
Palavras-chave:
Migração, Igreja, Estado,Resumo
A migração de trabalhadores da região nordeste do Brasil, sobretudo do Ceará, para a Amazônia, ainda é um processo de nossa recente história social a ser mais bem compreendido em toda sua complexidade de implicações socioculturais. Uma boa abertura para perscrutar esse recrutamento de mão-de-obra para o Norte é tentar delinear as relações estabelecidas entre os binômios, Igreja Católica e Estado, poder espiritual e poder temporal, a fim de compreender em que medida tal articulação cumpriu papel de levantar homens – “soldados da pátria” e “de Cristo” – para o combate numa nova frente que se abria no Brasil, o front da borracha. Nessa ação, o governo federal criou vários órgãos, dentre eles o Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia (SEMTA), o qual passou a utilizar a propaganda como o principal mecanismo de mobilização dos flagelados e de adesão da opinião pública, utilizando intensamente um conjunto de imagens, legislação. Logo, busca-se perceber essa aliança entre Estado Novo e Igreja, na qual foi institucionalizada uma política da crença, uma operação sobre a fé e o imaginário social dos católicos mobilizados, no qual indivíduos desvalidos de toda sorte poderiam projetar imagens de um lugar quase messianicamente esperado, uma “terra de esperança”.Referências
Referências de fontes
Carta Pastoral, “Sobre a sêca de 1942”
ContratodeEncaminhamentodotrabalhadormobilizado, 1943
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Esboço de Programa para a Assistência à família dos trabalhadores mobilizados, 1943
Folheto do pintor Jean Pierre Chabloz, sem data
Jornal O Nordeste, 1943
Livro de Tombo, 1943
Portaria Nº 28 de regulamentação do SEMTA, 1942
Relatório confidencial de observações feitas no norte, junto ao SEMTA, 1943
Relatório do SEMTA, 1943
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Referências bibliográficas
Referências de livros
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Revista Ars Historica, ISSN 2178-244X, nº12, Jan/Jun 2016, p. 155-171 | www.ars.historia.ufrj.br
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