China e Covid-19 em Moçambique: solidariedade ou interesse?

Autores

  • Francisco Carlos da Conceição Universidade Eduardo Mondlane (UEM)
  • Bénet Justina Machava Universidade Eduardo Mondlane (UEM)

DOI:

https://doi.org/10.59508/geoafrica.v2i5.58097

Palavras-chave:

Cooperação Internacional, COVID-19, Vacinas, Geopolítica

Resumo

A crise sanitária provocada pela COVID-19, um dos maiores desafios do presente século, além das consequências, económicas e sociais, influenciou a dinâmica da cooperação internacional. Alguns países emergentes, com destaque para China, mostraram-se vibrantes, no que tange a assistência para o combate e prevenção da COVID-19, nos países em desenvolvimento, em particular Moçambique. Recentemente, ao abrigo das relações de amizade e a luz da cooperação bilateral, Moçambique recebeu vários tipos de apoio, com realce para a doação das vacinas pela China. Portanto, é em face dessas experiências que, o presente artigo pretende lançar uma incursão analítica sobre as reais motivações e implicações da doação das vacinas pela China em Moçambique. Nesse quesito, da pesquisa feita, por meio de uma extensa revisão de literatura, nota -se que, embora o apoio prestado pela China à Moçambique se denomine por solidária, a China actuou, tendencialmente, de acordo com seus interesses, em função de suas respectivas agendas de política externa e necessidades de inserção internacional, de modo a ter mais poder na geopolítica internacional.

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Publicado

2023-04-14