Os Moscoso e Vasconcelos entre o privado e o público: a crônica de uma família libertária

Autores

Palavras-chave:

Anarquismo, Gênero, Escrita de Si.

Resumo

Neste artigo, relaciono os posicionamentos de Neno Vasco sobre os papéis de gênero com a crônica da família Moscoso e Vasconcelos no Brasil e em Portugal, nas primeiras décadas do século XX. Meu objetivo é observar em que medida essa família libertária subverte ou se acomoda aos moldes do modelo parental vigente na sociedade capitalista. Para tanto, perscruto neste trabalho as crônicas de sua autoria que foram publicadas na imprensa anarquista e operária luso-brasileira, entre 1901 e 1919. Embora essa escrita fosse prioritariamente uma narrativa, utilizada para informar e debater com os leitores brasileiros e portugueses a respeito da luta cotidiana levada a cabo pelo movimento anarquista e operário na Porta da América e na Porta da Europa, ela também possibilitou ao nosso biografado uma forma de escrita de si, o que me permitiu encontrar uma chave para abrir não apenas a porta da história do movimento anarquista e operário em parte destes dois continentes, mas principalmente a porta  da sua história de vida.

 

Biografia do Autor

Thiago Lemos Silva, Sem afiliação

Mestre em História pela UFU

Referências

ACKELSBERG, Martha. Anarchism and Gender. Study of Women and Gender: Faculty Publications, Smith College, Northampton, MA. Disponível em:. https://scholarworks.smith.edu/swg_facpubs/17 . Acesso em: 23/02/2021.

BARREIRA, Luiz Carlos. Educação Popular e Renovação Educacional em Portugal nas Primeiras Décadas do Século XX: o pioneirismo da Escola Oficina Nº 1 de Lisboa, na ótica de Adolfo Lima. In:. Anais do IV Congresso Brasileiro de História da Educação: a educação e seus sujeitos na história. Goiânia, , 2006.

BULFI, Luis. ¡Huelga de vientres! Medios prácticos para evitar las familias numerosas. Bacelona. Biblioteca Editorial Salud y Fuerza, 1908.

CASTRO Gomes, Ângela de. Escrita de si, escrita da História: a título de prólogo. In: Escrita de si, Escrita da História. Ângela de Castro Gomes (Org.). Rio de. Janeiro: Editora FGV, 2004.

FERRER Y GUARDIA, Francisco. A Escola Moderna, São Paulo: Biblioteca Terra Livre, 2014.

FREIRE, João; Maria Alexandre Lousada. O neomalthusianismo na propaganda libertária. Análise Social, Vol. 18, No. 72,

GAMA, Olinda da Conceição de Jesus. Anarquismo e Relações de Género – o olhar anarquista do início do século XX. . Dissertação (Mestrado em Historia). ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa, 2014.

GRIGOLIN, Fernanda. Sou aquela mulher do canto esquerdo do quadro. A história das mulheres anarquistas como narrativa encarnada. Tese (Doutorado em Artes Visuais) – Instituto de Artes, Universidade de Campinas, Campinas, 2020.

MARIN, Dolors. Mujeres Libres: el derecho al próprio cuerpo. In: ROA, Paula Ruiz. (Org.). Jornadas 80 Aniversario de la Federación Nacional de Mujeres Libres - La lucha de todos los tiempos. 1ed.Madrid: Confederación General del Trabajo, 2018.

OLIVEIRA, Leila Floresta. Educação Libertária: paradigmas Teóricos e experiências pedagógicas. Dissertação (Mestrado em Educação). UFU, Uberlândia, 1997.

PRADO, Arnoni; HARDMAN, Foot; LEAL, Claudia (Orgs). Contos Anarquistas: temas & textos da prosa libertária no Brasil. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

RAGO, Margareth. Do cabaré ao lar: a utopia da cidade disciplinar e a resistência anarquista. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.

_______. Entre a história e a liberdade: Luce Fabbri e o anarquismo contemporâneo. São Paulo: Unesp. 2000.

SAMIS, Alexandre. Minha pátria é o mundo inteiro: Neno Vasco, o Anarquismo e o Sindicalismo Revolucionário em Dois Mundos. Lisboa: Letra Livre, 2009.

SCHIMIDT, Benito. “A parte dos homens”: Biografia, autobiografia e História do movimento operário. In: Anais do XXIV Encontro anual da ANPOCS. Petrópolis, 2000.

SEIXAS, Jacy Alves. Memoire et oubli: Anarchisme et Syndicalisme revoluttionaire au Brésil. Paris: Editions de la Maison des Sciences de l’Homme. 1992.

SILVA, Thiago Lemos. Fragmentos biográficos de um anarquista na Porta da Europa: a escrita cronística como escrita de si em Neno Vasco. 2012. Dissertação (Mestrado em História) UFU. Uberlândia, 2012.

SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil na análise histórica. Educação e Realidade, Porto Alegre, 1990.

Downloads

Publicado

2022-02-09

Edição

Seção

Artigos