A RESISTÊNCIA E A INSUBORDINAÇÃO DOS CORPOS NEGROS: A QUEM INTERESSA ESSA HISTÓRIA?

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Resumo

Este artigo faz uma abordagem reflexiva do colonialismo no Brasil sobre os corpos negros, em um processo de extermínio e dominação. Abordamos o conceito de Necrofilia Colonialista Outrocida (DE MORAES, 2020), como legitimação dessa política eurocentrada, subalternizando corpos negros para terem acesso a políticas públicas, mas visibilizando-os para serem exterminados. Destacamos a importância do Feminismo negro na luta contra a colonialidade e contra formas outras de dominação e exploração dos corpos negros e destacamos também a necessidade de se enegrecer o feminismo e trazer a discussão do gênero para o Movimento Negro, ecoando a voz da mulher negra, que luta contra a opressão de gênero, raça e classe, embasados por Gonzalez (2018), Evaristo (2017), Jesus (1960), Carneiro (2003), Davis (2013) e Collins (2016).

Biografia do Autor

Ana Lúcia da Silva Raia, Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Filosofia e Ciências Sociais

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mulher negra, Professora da Educação Básica da Rede Municipal do Rio de Janeiro, membro do Grupo de Estudos Descolonial Carolina Maria de Jesus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Referências

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Publicado

2022-04-12