O SAGRADO FEMININO NEGRO: NOSSA VIRTUDE EPISTÊMICA CONTRA A ABSTRAÇÃO COLONIALISTA OCIDENTAL
Resumo
O presente artigo apresenta um resgate e ressignificação da existência feminina negra pensada fora do contexto dos expedientes colonialistas ocidentais. Nos quais conferem a esta mulher negra a marca do corpo escravizado, ou seja, os estigmas coloniais da diferença. Que pela dominação, desde a colonização até o desenrolar históricos dos dias atuais ainda impõe ao corpo negro feminino pela inferiorização a submissão e o embranquecimento do seu corpo e, consequente mente, a perda da consciência de si e do seu valor enquanto sujeito histórico. Pretende-se resgatar a importância da presença negra feminina a partir da sua coragem de luta e resistência, além de seu protagonismo na coletividade, no acolhimento, na beleza, na poesia que o ser mulher e negra traz consigo, pela sua história e pela sua valentia.Referências
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