Ruptura e Transição democrática no Brasil: releitura crítica da história recente
Palavras-chave:
Transição. Democracia. Militarismo. Classe Operária, Esquerda do CapitalResumo
Esse artigo analisa, através de pesquisa historiográfica e sociológica, nomeadamente, de pesquisadores sociais brasileiros do período, a tutela militar e a política de transição, sempre incompleta, acordada com as elites econômicas e partidárias. Percorremos a tesão histórica entre os movimentos populares e a disposição negocial dos setores partidários e das elites, e por conseguinte, buscamos aclarar as razões do recrudescimento autoritário, que aliou desencantamento com a esquerda partidária e discursos anticorrupção e religioso conservador, notadamente neopentecostal. Analisamos como as formas de negociações entre a oposição e o poder dominante têm acordado na exclusão das classes pobres e trabalhadoras e como a instituição de formas autoritárias, fundada no medo de ruptura, permitiu, desde a independência, processos de liberdades consentidas e tuteladas. Por fim, demonstramos o esquema de “entendimentos” e a necessidade de romper com a tradição imposta de negociação por cima em uma sociedade desorganizada por baixo, na qual os setores mais excluídos são os que amargam o resultado da negociação entre os de cima.
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