A imagem da bruxa em contos infantis: a inveja como elemento mobilizador do imaginário do medo na literatura

Autores

  • Luiza Liene Bressan Unisul
  • Pricila Furlan Borghezan Centro Universitário Barriga Verde
  • Heloisa Juncklaus Preis Moraes Unisul

Resumo

Este artigo apresenta uma discussão sobre a imagem da bruxa em três contos de fadas (Branca de Neves e os Sete Anões, A Bela e a Fera, Rapunzel), confrontando-a com a expressão do mal a partir da imagem feminina. Para o embasamento teórico, recorreremos à teoria do Imaginário, desenvolvida por Durand (1996, 2012) que expressa que as imagens constituem um museu que orienta o percurso antropológico. Como metodologia de trabalho, utilizamos a mitodologia, método próprio, desenvolvido por Durand (1996), para empreender a análise das imagens. A análise foi desenvolvida a partir da imagem expressa nos contos que fazem parte deste estudo e que revelam os estereótipos femininos a partir da distorção da imagem, pois a mesma sempre foi presença constante na literatura infantil desde o seu surgimento, no século XVIII, com a adaptação dos contos maravilhosos para a criança burguesa. Caudatárias de mitos primordiais, essas histórias passaram a compor o imaginário do ser humano de todos os tempos e das mais diversas culturas. Concluídas as análises, compreende-se que a imagem da bruxa se faz presente no imaginário de todos os tempos e a inveja é elemento mobilizar desta construção imaginal.

Biografia do Autor

Luiza Liene Bressan, Unisul

Doutoranda em Ciências da Linguagem na Unisul

Pricila Furlan Borghezan, Centro Universitário Barriga Verde

Pedagoga do Centro Universitário Barriga Verde

Heloisa Juncklaus Preis Moraes, Unisul

Docente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem da Unisul

Referências

AGUIAR, Vera Teixeira de. Leitura literária e escola. In: EVANGELISTA, Aracy Alves Martins; BRANDÃO, Heliana Maria Brina; MACHADO, Maria Zélia Versiani (Org.). Escolarização da leitura literária: o jogo do livro infantil e juvenil. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.

ARAÚJO, Alberto Filipe; ALVERNE, Iduína Mont’. Educar para a imaginação. Revista Memorare, [S.l.], v. 4, n. 2-II, p. 73-105, ago. 2017. ISSN 2358-0593. Disponível em: <http://portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/memorare_grupep/article/view/5230/3219>. Acesso em: 23 jan. 2018.

AZEVEDO, Fernando. Da luta entre o bem e o mal, as crianças são sempre vencedoras. In: AZEVEDO, Fernando (org). Infância, memória e imaginário: ensaios sobre literatura infantil e juvenil. Braga: CIFPEC Universidade do Minho, 2010.

BABO, Carolina Chamizo Henrique. Era uma vez: a reinvenção dos contos de fadas. Curitiba: Appris, 2016.

BACHELARD, Gaston. A água e os sonhos. Ensaio sobre a imaginação da matéria. São Paulo: Martins e Fontes, 2016.

BARROS, Ana Taís Portanova. Comunicação e imaginário – uma proposta mitodológica. Intercom- Revista Brasileira de Ciências da Comunicação. São Paulo: vol.33, nº 2, p.125-143, jul./dez. 2010.

BEAUMONT, Jeanne-Marie Leprince de. A Bela e a Fera. São Paulo: Editora Poetisa, 2016.

BETTELHEIM, B. A Psicanálise dos contos de fadas. 8ed. São Paulo: Paz e Terra, 1980.

CAGNETI, Sueli de Souza. Livro que te quero livre. Rio de Janeiro: Nórdica, 1996.

COELHO, Nelly Novaes. O Conto de Fadas: símbolos, mitos, arquétipos. São Paulo: DCL, 2003.

______. Literatura e Linguagem: a obra literária e a expressão linguística. São Paulo: Edições Quíron, 1986.

______. Panorama Histórico da Literatura Infantil/Juvenil. 4 ed. São Paulo: Ática, 1991.

CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura Infantil: Teoria e prática. 18 ed. São Paulo: Ática, 1999.

DURAND, Gilbert. As estruturas antropológicas do imaginário. São Paulo: Martins Fontes, 2012.

______. Campos do Imaginário. Textos reunidos por Danièle Chauvin. Grenoble: Ellug, 1996.

ESTES, Clarissa Pinkola. Contos dos Irmãos Grimm. Rio de Janeiro: Rocco, 2005.

FRANZ, Marie-Louise Von. A Interpretação dos Contos de Fada. 3. ed. Trad. Maria Elci Spaccaquerque Barbosa. São Paulo: Paulus, 1990.

GABORIT, Lydia; GUESDON, Yveline; CAPORAL, Myrian Boutrolle. As feiticeiras. In: BRUNEL, Pierre (Org.). Dicionário de Mitos Literários. Rio de Janeiro: UnB/José Olympio Editora, 1997.

GUTFREIND, C. Contos e desenvolvimento psíquico. Viver Mente & Cérebro, 13, 142, 24-29, 2004.

MORAES, Heloisa Juncklaus Preis. Sob a perspectiva do imaginário: os mitos como categoria de estudos da cultura e da mídia. In: FLORES, Giovanna G. Benedetto; NECKEL, Nádia Régia Maffi; GALLO, Solange Maria Leda (orgs). Análise de Discurso em rede: cultura e mídia. v.2. Campinas: Pontes, 2016.

MORAES, Heloisa Juncklaus Preis; BRESSAN, Luiza Liene; OSNILDO, Reginaldo. O medo no imaginário e o imaginário do medo. Revista Memorare, [S.l.], v. 4, n. 2, p. 192-206, ago. 2017.

PITTA, Danielle P. Rocha. Iniciação à teoria do Imaginário de Gilbert Durand. Rio de Janeiro: Atlântica, 2005.

SANTOS, Marcos Ferreira; ALMEIDA, Rogério de. Aproximações ao Imaginário. Bússola de investigação poética. São Paulo: Képos, 2012.

SHARP, D. Léxico junguiano: dicionário de termos e conceitos. São Paulo: Cultrix, 1997.

SILVEIRA, Danieli Munique Fontes da. O arquétipo da Grande Mãe na representação da bruxa em contos fantásticos hispânicos. 138 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, 2015. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/138421>.

TEIXEIRA, Maria Cecília Sanchez. Gilbert Durand: imaginário e educação. Niterói: Intertexto, 2013.

TURCHI, Maria Zaira. Literatura e Antropologia do Imaginário. Brasília: Editora UnB, 2003.

WIKIPEDIA. A Bela e a Fera. Disponível em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Bela_e_a_Fera. Acesso em: 15 outubro. 2016.

WUNENBURGER, Jean-Jacques. O imaginário. São Paulo: Loyola, 2007.

Downloads

Publicado

2020-07-18

Edição

Seção

Artigos