A imagem da bruxa em contos infantis: a inveja como elemento mobilizador do imaginário do medo na literatura
Abstrakt
Este artigo apresenta uma discussão sobre a imagem da bruxa em três contos de fadas (Branca de Neves e os Sete Anões, A Bela e a Fera, Rapunzel), confrontando-a com a expressão do mal a partir da imagem feminina. Para o embasamento teórico, recorreremos à teoria do Imaginário, desenvolvida por Durand (1996, 2012) que expressa que as imagens constituem um museu que orienta o percurso antropológico. Como metodologia de trabalho, utilizamos a mitodologia, método próprio, desenvolvido por Durand (1996), para empreender a análise das imagens. A análise foi desenvolvida a partir da imagem expressa nos contos que fazem parte deste estudo e que revelam os estereótipos femininos a partir da distorção da imagem, pois a mesma sempre foi presença constante na literatura infantil desde o seu surgimento, no século XVIII, com a adaptação dos contos maravilhosos para a criança burguesa. Caudatárias de mitos primordiais, essas histórias passaram a compor o imaginário do ser humano de todos os tempos e das mais diversas culturas. Concluídas as análises, compreende-se que a imagem da bruxa se faz presente no imaginário de todos os tempos e a inveja é elemento mobilizar desta construção imaginal.
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