INUTENSÍLIOS POÉTICO-TELÚRICOS DE MANOEL DE BARROS

Autores

  • André Luiz Portela Martins Filho UFRJ

Resumo

Ao mencionar palavras como terra, linguagem, poesia, origem, pragmática, utilidade e inutilidade, torna-se quase que improvável não lembrar de Manoel de Barros. Alheia à lógica mercadológica do capitalismo tardio e num sentido diametralmente oposto ao do discurso pragmático, a poesia deste poeta encontra na terra e na linguagem as origens de um pensamento poético. A comunhão íntima com a terra e a busca pela palavra em seu nascedouro, o “feto do verbo” -- como se lê em um de seus versos --, confere a poesia manoelina um caráter cosmogônico. O retorno às origens é responsável pelo vir-a-ser de seus objetos poéticos. A palavra poética é instauradora. Em Manoel de Barros, encontra suas origens dentro e antes, em plumagens e infâncias que dormem num caos a ser cosmificado. O vir-a-ser deste cosmos, no caso da linguagem, é, em si, a própria constituição da poesia.

Referências

ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia poética . 54ª. ed. Rio de Janeiro: Record, 2004.

BARROS, Manoel de. Livro sobre nada .11ª. ed. Rio de Janeiro: Record, 2004.

____. Matéria de poesia . Rio de Janeiro: Livraria São José, 1974.

____. Tratado geral das grandezas do ínfimo . Rio de Janeiro: Record, 2001.

JAMESON, Fredric. Pós-modernismo -- a lógica cultural do capitalismo tardio . 2ª. ed. São Paulo: Ática, 2004.

LEÃO, Emmanuel Carneiro. “A técnica e o mundo no pensamento da terra”. In:____. Aprendendo a pensar -- vol. II. 2.ed. Petrópolis: Vozes, 2000.

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Publicado

2007-06-30

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Artigos