INUTENSÍLIOS POÉTICO-TELÚRICOS DE MANOEL DE BARROS
Abstract
Ao mencionar palavras como terra, linguagem, poesia, origem, pragmática, utilidade e inutilidade, torna-se quase que improvável não lembrar de Manoel de Barros. Alheia à lógica mercadológica do capitalismo tardio e num sentido diametralmente oposto ao do discurso pragmático, a poesia deste poeta encontra na terra e na linguagem as origens de um pensamento poético. A comunhão íntima com a terra e a busca pela palavra em seu nascedouro, o “feto do verbo” -- como se lê em um de seus versos --, confere a poesia manoelina um caráter cosmogônico. O retorno às origens é responsável pelo vir-a-ser de seus objetos poéticos. A palavra poética é instauradora. Em Manoel de Barros, encontra suas origens dentro e antes, em plumagens e infâncias que dormem num caos a ser cosmificado. O vir-a-ser deste cosmos, no caso da linguagem, é, em si, a própria constituição da poesia.
References
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