La extrañeza de sí: la escritura como investidura en crónicas de João do Rio

Abstract

As crônicas do escritor João do Rio explicam, de diferentes maneiras, as grandes transformações que a cidade do Rio de Janeiro sofreu no início do século XX: mudanças que dizem respeito ao cultural, mas também ao social, ao econômico e à subjetividade do indivíduo. Além dessas questões, algumas cenas de suas crônicas dão conta da identidade móvel do cronista, que mostra interesse não tanto em definir uma "identidade brasileira", mas em encontrar um espaço próprio de enunciação. Nesse sentido, o presente trabalho busca analisar o posicionamento do cronista carioca como escritor raro, o qual o afasta do olhar de Joaquim Nabuco, que se posicionava como espectador da Europa. Pelo contrário, João do Rio reivindica para si mesmo, a partir de uma vinculação com os escritores raros, uma escrita cosmopolita que se desvie de certos vínculos identitários.