Distância e erudição em o narrador de A fome, de Rodolfo Teófilo
Abstract
O presente artigo analisa o processo de distanciamento construído pelo narrador do romance A fome ([1890] 2011), de Rodolfo Teófilo. Para isso, examinamos a construção de apagamento da camada pobre no plano da intriga, a homogeneização e massificação da parcela de desvalidos no segundo plano da narrativa, bem como a heroicização, segundo os moldes europeu, da personagem Manuel de Freitas, descendente de família de posses, no primeiro plano da narrativa. Ademais, analisamos que o narrador lança mão do emprego, no discurso indireto, de linguagem cientificista e referências clássicas à mitologia grega com pretensão de ostentar ilustração e reiterar o seu lugar de classe, pequeno-burguês, em comparação com a classe de “desvalidos”.
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