Distância e erudição em o narrador de A fome, de Rodolfo Teófilo

Autor

Abstrakt

O presente artigo analisa o processo de distanciamento construído pelo narrador do romance A fome ([1890] 2011), de Rodolfo Teófilo. Para isso, examinamos a construção de apagamento da camada pobre no plano da intriga, a homogeneização e massificação da parcela de desvalidos no segundo plano da narrativa, bem como a heroicização, segundo os moldes europeu, da personagem Manuel de Freitas, descendente de família de posses, no primeiro plano da narrativa. Ademais, analisamos que o narrador lança mão do emprego, no discurso indireto, de linguagem cientificista e referências clássicas à mitologia grega com pretensão de ostentar ilustração e reiterar o seu lugar de classe, pequeno-burguês, em comparação com a classe de “desvalidos”. 


Biogramy autorów

Helder Thiago Maia - Universidade de Lisboa

Investigador FCT no Centro de Estudos Comparatistas (CEComp) da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (2023-atual). Professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa da Universidade de São Paulo (2022-atual). Bolsista Pós-Doutorado FAPESP (2019-2022). Doutorado em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense (2014-2018). Mestrado em Literatura Hispano-Americana pela Universidade Federal Fluminense (2012-2014). Graduação em Letras Vernáculas e Espanhol pela Universidade Federal da Bahia (2011) e Direito pela Universidade Católica do Salvador (2006). Intercâmbio na Universidade Buenos Aires (2010/2011). É pesquisador do MORPHE (Universidade de Lisboa), NuCuS (UFBA), Red LIESS (Espanha) e membro do GT Homocultura e Linguagens (Anpoll). Editor da Revista Periódicus (UFBA) e da Revista Via Atlântica (USP). Autor dos livros: O Devir Darkroom e a Literatura Hispano-Americana (2014), Cine[mão]: espaços e subjetividades darkroom (2018) e Matrizes de Cultura e Literaturas Hispânicas (2018). Organizador dos livros: Os Serões do Convento (2018), Práticas Sexuais: itinerários, possibilidades & limites de pesquisa (2019), Um homem gasto (2019), Queerizando as Literaturas de Língua Portuguesa (2020), Amar, gozar, morrer (2020), Saturnino, porteiro dos frades bentos (2021), Dissidências de gênero e sexualidade: percepções da crítica literária brasileira (2021) e Dissidências de gênero e sexualidade: uma antologia (1842-1930) (2021).

André Luis Pereira Vellanos - Universidade de São Paulo

Possui graduação em Letras pela Universidade de São Paulo (2017), graduação em Licenciatura em Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo (2017). No momento, é mestrando do programa de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa da Universidade de São Paulo. Atualmente, é professor de Língua Portuguesa e Redação da rede de ensino da prefeitura da cidade de Itanhaém .Tem experiência na área de Letras, com ênfase na pesquisa de romances brasileiros das secas publicados nos séculos XIX e XX. 

Bibliografia

AMADO, Jorge, Suor. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

BOSI, Alfredo. História concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Editora Cultrix, 1980.

CANDIDO, Antonio. A Educação pela Noite. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2014. _________________. Formação da Literatura Brasileira. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2017.

MURARI, Luciana. O real inverossímil: ficcionalidade e pedagogia social na prosa regionalista de Rodolfo Teófilo. In: ARAÚJO, Humberto Hermenegildo de; OLIVEIRA, Irenísia Torres de (org.). Regionalismo, Modernização e crítica social na literatura brasileira. São Paulo: Nankin, 2010.

PEREIRA, Lucia Miguel. História da Literatura Brasileira. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editôra, 1957.

RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. Rio de Janeiro: Record, 2014.

________________. Memória do Cárcere. Rio de Janeiro: Record, 2020.

SÜSSEKIND, Flora. Tal Brasil, qual romance?. Rio de Janeiro: Achimé, 1984.

TEÓFILO, Rodolfo. A fome. São Paulo: Tordesilhas, 2011.

Opublikowane

2024-01-08