Las teorías salvajes: da modernidade sólida ao capitalismo nerd
Abstract
O ponto de partida deste ensaio é a seguinte pergunta: o que nos diz Las teorías salvajes sobre nossa modernidade líquida? Las teorías salvajes é o romance de estreia de Pola Oloixarac, uma jovem escritora argentina que desde a publicação desse romance, em 2010, tem-se convertido em uma espécie de nova estrela da literatura latino-americana, incluído o Brasil2 . A pergunta tem duas motivações. A primeira é que um dos temas do romance é o das diferenças entre a Argentina das décadas de 60 e 70 e a Argentina de fins do século XX e começo do XXI. O seja, nos termos de Zygmunt Bauman, as diferenças entre as gerações que cresceram na modernidade líquida e as gerações anteriores, que lutaram por uma mudança na modernidade sólida no referido país. É claro que a passagem de uma a outra modernidade na Argentina, assim como na América Latina como um todo, tem algumas características particulares que é preciso não esquecer ao adotar a terminologia proposta por Bauman a partir, sobretudo, dos países da Europa Ocidental e dos Estados Unidos. Por isso a pergunta aqui não é o que nos diz Las teorías salvajes sobre a modernidade líquida, mas o que nos diz Las teorías salvajes sobre nossa modernidade líquida. A segunda razão desta pergunta é que Pola Oloixarac --a meu ver-- escreve muito ciente e deliberadamente a partir dessa modernidade, e sua posição no cenário literário pode ser considerada reveladora do lugar que ocupa o escritor hoje.Literaturhinweise
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