Corpo presente: corpos violentados e experiência temporal em "A ausência que seremos" e "Festa no covil"

Auteurs-es

  • Guilherme Belcastro UFRJ

Résumé

A relação entre o tempo e os corpos é motivo de discussões nos mais variadoscampos do conhecimento. Este artigo procura pensar essa articulação em sua materialização na literatura contemporânea. Mais especificamente, se dedica a ler duas obras deste início de século: "A ausência que seremos" (2011), do autor colombiano Héctor Abad Faciolince, e "Festa no covil" (2012), do mexicano Juan Pablo Villalobos. A leitura levada a cabo aqui procura entender como mudanças no tempo são responsáveis por alterações nos corpos, como parecem sugerir alguns textos de Walter Benjamin (2012, [1933, 1936, 1940]), mas também como a violência e o dilaceramento desses corpos podem gerar alterações no tempo das narrativas. As discussões teóricas que contribuem para pensar o problema passam por autores das primeiras décadas do século XX, como o já citado Walter Benjamin (2012) e Hannah Arendt (1997), além de outros das primeiras décadas do século XXI, como Julio Premat (2016) e François Hartog (2013). A partir do fato de que todos esses autores colocam em questão uma suposta crise do tempo, ainda que separados por quase um século, questiona-se como essa sensação que retorna pode contrubuir para pensar as aproximações e as distâncias entre os momentos históricos sobre os quais se debruçam os críticos e a literatura a que se referem.

Biographie de l'auteur-e

Guilherme Belcastro, UFRJ

Doutorando pelo PPG em Ciência da Literatura da UFRJ.

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Publié-e

2020-04-19