O MODERNISMO E A REPRESENTAÇÃO “REALISTA” DO COTIDIANO URBANO: Mário de Andrade lê António de Alcântara Machado
Abstract
A maior parte dos escritores diretamente envolvidos com a literatura nos anos 1920 se dedicou a construir representações que visavam exaltar aspectos da sociabilidade e do modo de ser da sociedade brasileira ou a propor alguma forma de síntese mítica entre passado e presente, entre a colônia e a sociedade urbano-industrial que ganhava impulso na época. Alguns, no entanto, tomaram caminhos diferentes e, em meio a certa euforia no “potencial de transformação” do progresso, optaram por olhar o processo criticamente. António de Alcântara Machado figurava entre eles e aparecia, no cenário artístico da época, como uma voz singular, particularmente provocadora, que enveredava pelos caminhos da ficção, buscando novas estruturas narrativas, novas formas de linguagem e construção, num momento em que o esforço experimental do Modernismo ainda se concentrava, sobretudo, na poesia. Mário de Andrade leu a produção literária e as propostas estéticas de Alcântara Machado atentamente e suas opiniões a respeito delas ajudam não apenas a especificar uma parte dos debates da época, como também apontam para aspectos importantes da obra multifacetada do autor de Macunaíma.Riferimenti bibliografici
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