Depois de nós: R. U. R.
Resumo
A fronteira entre homem e máquina abandonou as páginas da ficção para se tornar realidade. Seja no campo da Industria 4.0, quanto nas atividades doméstica, os robôs estão cada vez mais presentes em nosso cotidiano. Os riscos da relação de convivência entre homens e máquinas em um futuro distópico é o problema do presente artigo. O objetivo é refletir, a partir do texto dramatúrgico Fábrica de Robôs, os caminhos que podem ser trilhados nessa relação. A metodologia é analítica, indo ponto a ponto do texto, buscando resgatar em seu corpus textual temas desenvolvidos no campo da filosofia. O percurso inicia contextualizando a peça e como ela antecipa, em grande medida, debates contemporâneos. Em seguida, dá-se um passo atrás buscando, no tecido dramatúrgico, pistas de como a racionalidade instrumental conduziu a humanidade para um possível conflito com as máquinas. A posteriori, explana-se sobre as personagens robôs, questionando se o seu desenvolvimento é resultado de inteligência artificial ou da possibilidade de uma “imanência maquínica”. Finalizando o artigo, mostra-se como Tchápek prenuncia debates teóricos vindouros, movimentando personagens-peças no tabuleiro.
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