O POVO WARAO E A (IN)JUSTIÇA AMBIENTAL

Resumo

O presente texto traz aproximações entre os conceitos de Justiça Ambiental e os eventos que contribuíram para o processo migratório da etnia indígena venezuelana Warao. Esses indivíduos foram submetidos, principalmente a partir da década de 1960, a intervenções em forma de diversos projetos governamentais e de empresas privadas que afetaram o ecossistema no qual viviam, no nordeste venezuelano. Tais eventos resultaram na emigração dessa etnia rumo aos centros urbanos da Venezuela e mais tarde para outros países, como o Brasil, e de forma maciça até Manaus, capital do estado do Amazonas, a partir de 2016. Atualmente, centenas de indivíduos dessa etnia ainda moram em solo manauara, onde estudam, trabalham e tentam recomeçar suas vidas, após décadas de injustiça social e ambiental. Após apresentar e discutir o conceito de Justiça Ambiental na introdução, o presente texto divide-se em duas partes: na primeira, são abordadas algumas características desse povo, bem como a importância da natureza e de seus recursos para o desenvolvimento e subsistência do mundo Warao; na segunda, estão enumeradas as intervenções ocorridas em seus territórios, bem como as consequências de tais eventos. A metodologia é baseada na pesquisa bibliográfica sobre o Povo Warao e sobre Justiça Ambiental. Concluiu-se que essa etnia foi sucessivas vezes vítima de injustiça social e ambiental, que desumaniza minorias sociais, econômicas e étnicas mundo afora.