Metodologia da Perfuração
Resumo
Não há peso maior que o silêncio que se constrói diante do passado de dois mundos ou de dois seres. Sob o resgate de imagens multifacetárias, o poema “Metodologia da Perfuração” estabelece o véu da lembrança que se arquiteta, calculadamente, na psiquê do poeta, lançando-a, hermeticamente, diante de imagens que participam do afeto inserido em sua memória. Deste modo, a transitoriedade do sentimento se estabelece, demonstrando à voz do poema que a promessa não existe senão em um plano ideal. A partir do engendramento de figuras da técnica, o poema repercute sobre o obscuro e assustador modo como se projetam as memórias dos laços desgastados e presos, para sempre, na parede do tempo. Com versos discursivos e entoados por um eu lírico que narra suas lembranças de um modo nervoso, o poema se abre como uma fotografia: captadora de um passado que se marca nas memórias do narrador. Não à toa, o poema começa na cozinha da casa (início) e finaliza com um observador diante do mar (desfecho), demonstrando, passo a passo, como as imagens saem do plano do presente para viajarem no carrossel do passado.
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