O x da questão: formar o corpo, transformar a língua?
Palabras clave:
corpo, linguagem não binária, intersexo, psicanálise.Resumen
O artigo propõe um diálogo entre psicanálise, história das ciências e estudos Queer. Parte-se de dois temas: a clínica diante de pessoas descritas como casos de intersexo e o uso da linguagem não binária sob a forma da escrita que suspende de forma intencional as letras a e o - que designam na língua portuguesa o binarismo feminino/masculino -- substituindo-as pela letra x. Os corpos ditos intersexuais colocam em xeque possíveis balizas para descrever um corpo como masculino ou feminino. A escrita do x se coloca como esforço de utilizar os recursos disponíveis na língua para manter uma imprecisão acerca do binarismo sexual. Questionando normatizações e seus efeitos na conjuntura social, objetiva-se articular noções psicanalíticas, modos de leitura sobre os corpos e a problematização levantada pelo Queer sobre a heteronormatividade. Dessa forma, buscamos trabalhar a pergunta: qual a função de nomear a experiência de um corpo como sexuada?