“Yep, I'm a Truvada Whore”: Ativismo e cidadania biológica na era das novas estratégias de prevenção do HIV/AIDS
Parole chiave:
PrEP, Truvada®, cidadania biológica, direitos sexuais.Abstract
De acordo com o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), a PrEP oral é um medicamento antirretroviral de uso diário destinado a pessoas não infectadas pelo HIV. O artigo discute sobre uma forma de ativismo que tem sido realizada sobre o Truvada®, o movimento TruvadaWhore. A partir do conceito de cidadania biológica refletimos como este movimento tem reivindicado o uso dessa nova tecnologia preventiva para o HIV/Aids como uma dimensão da cidadania sexual. Os dados discutidos neste trabalho advêm de um mapeamento de campo de pesquisa realizado na Internet sobre o Truvada® que buscou identificar as discussões sobre o seu acesso e uso nas redes sociais. Entre as diversas fontes de informação identificadas elegeu-se o blog TruvadaWhore como exemplar das controvérsias sobre o uso do Truvada®, para fins de prevenção, e a relação entre ativismo, direito e saúde pública.Riferimenti bibliografici
ADAM, B.D. Constructing the neoliberal sexual actor: Responsability and care of the self in the discourse of barebackers. Culture, Health & Sexuality. v. 7, n. 4, p. 333-346, 2005.
ARONOWITZ, R.A. The rise and fall of the Lyme Disease vaccines: a cautionary tale
for risk interventions in american medicine and public health. The Milbank Quarterly,
v. 90, n.2, p. 250-277, 2012.
CARRARA, S. Tributo a Vênus: A luta contra a sífilis no Brasil, da passagem do século aos anos 40. Rio de Janeiro. Editora Fiocruz, 1996. 339p.
CASTIEL, L.D; GUILAM, M.C.R; FERREIRA, M.S. Correndo o risco: uma introdução aos riscos em saúde. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2010.
CDC, Centers for Disease Control and Prevention. Preexposure prophylaxis for the prevention of HIV infection in the United States: a clinical practice guideline, 67 p., 2014.
CORRÊA, S; PETCHESKY, R; PARKER,R. On the indispensability and insufficiency of human rights. In: CORREA, S; PETCHESKY, R; PARKER, R. (Org.). Sexuality, Health and Human Rights. Routledge, London, p. 149 -- 163, 2008.
FAIZANG, S. The other side of medicalization: self-medicalization and self-medication. Cult Med Psychiatry. v. 37, p. 488-504, 2013.
FOUCAULT, M. O cuidado de si. In: FOUCAULT, M. História da sexualidade III. Rio de Janeiro: Graal, 1985. p. 105-145.
GALINDO, G.R. et al. Community member perspectives from transgender women and men who have sex with men on pre-exposure prophylaxis as an HIV prevention strategy: implications for implementation. Implementation Science, v. 7, n.116, p. 1-13, 2012.
GOLUB, S.A et al. From efficacy to effectiveness: facilitators and barriers to PrEP acceptability and motivations for adherence among MSM and transgender Women in New York City. AIDS Patient Care and STDs, v. 27, n. 4, p. 248-254, 2013.
GOSTIN, L.O. A Theory and Definition of Public Health Law. In: GOSTIN, L.O. Public Health Law: Power, duty, restraint. University of California Press, 2000.
HORBERG, M; RAYMOND,B. Financial Policy Issues for HIV Pre-Exposure Prophylaxis: Cost and access to insurance. Am J Prev Med, v. 44; n. 1S2, p. S125-S128, 2013.
HOSEK, S.G. HIV Pre-Exposure Prophylaxis diffusion and implementation issues in nonclinical settings. American Journal of Preventive Medicine, v. 44, n. 1S2, p. 129-132, 2013.
LIU, A.Y; GRANT, R.M; BUCHBINDER, S.P. Preexposure Prophylaxis for HIV: Unproven promise and potential pitfalls. JAMA. v. 296, n. 7, p. 863-865, 2006.
LUPTON, D. The imperative of health: public health and the regulated body. London: Sage, 1995.
McCORMACK, S.M; GAFOS, M; DESAI, M; COHEN, M.S. Biomedical Prevention: State of the Science. CID, v. 59 (Supll 1), p. S41-S46, 2014.
PAIVA, V. Sem mágicas soluções: a prevenção e o cuidado em HIV/Aids e o processo de emancipação psicossocial. Interface -- Comunic, Saúde, Educ, v.6, n.11, p. 25-38, 2002.
PAIVA, V; PUPO. L.R; BARBOZA, R. O direito à prevenção e os desafios da redução da vulnerabilidade ao HIV no Brasil. Rev Saúde Pública, v. 40, supl, p. 109-119, 2006.
PARKER, R. Na contramão da Aids: sexualidade, intervenção, política. Rio de Janeiro: ABIA; São Paulo: Editora 34, 160p, 2000.
PARKER, R. O fim da Aids? Acessado em: http://abiaids.org.br/o-fim-da-aids/28618. Acesso dia 20 de novembro de 2015.
PARKER, R; PAIVA, V. 30 anos de Aids: a história social de uma epidemia e da resposta brasileira, 2012. Acessado em: http://www.rets.org.br/?q=node/1481. Acesso dia 29 de abril de 2015.
PETRYNA, A. Life Exposed: Biological Citizens after Chernobyl. Princeton: Princeton University Press, 2002.
ROSE, N. A política da própria vida: biomedicina, poder e subjetividade no século XXI. Tradução de Paulo Ferreira Valerio. São Paulo: Paulus, 2013.
SCHEFFER, M. Coquetel: a incrível história dos antirretrovirais e do tratamento da Aids no Brasil. São Paulo: Hucitec: Sobravime, 216 p., 2012.
VENTURA, M; IKAWA, D; PIOVESAN, F; BARSTED, L.L. Direitos sexuais e direitos reprodutivos na perspectivados direitos humanos: síntese para gestores, legisladores e operadores do Direito. Rio de Janeiro: Advocaci, p. 53, 2003.
VENTURA, M. da Silva. Assessorias jurídicas das ONGs/Aids e sua contribuição para a efetivação dos direitos das pessoas que vivem com HIV/Aids no Brasil. In: BUGLIONE, S. (Org.). Reprodução e Sexualidade: uma questão de justiça. Porto Algre: Fabris Editor, 2002.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Consolidated Guidelines on the use of antiretroviral drugs for treating and preventing HIV infection: recommendations for a public health approach, p. 25-84. WHO Library Cataloguing in Publication Data, Geneva, Suíça, 2013.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Sexual Health, Human Rights and the law. WHO Library Cataloguing in Publication Data, Geneva, Suíça, 2015.