ALERTA GERAL!

2020-04-21

Por Vik Birkbeck – antropóloga pela Universidade de Edinburgh, documentarista, curadora e programadora de cinema.

O termo corona vírus é vago porque refere a uma família de viroses parecidos que inclui o SARS-COV. O nome certo do novo vírus seria o SARS-COV2 que provoca uma doença chamado de COVID19. Como o vírus anterior, a origem desse vírus parece ser dum animal, provavelmente um morcego. Uma virologista chinesa Shi Zhengli, conhecida como a Mulher dos Morcegos, vem pesquisando as conexões com os morcegos há muitos anos. O vírus vive tranquilamente com o animal, sem causar maiores danos, só vindo parar no ser humano em consequência do efeito catastrófico que a industrialização está tendo na natureza, reduzindo ou até destruindo totalmente o habitat das outras criaturas. Frente a isso vale parar para pensar no significado de queimar as florestas amazônicas, subsaarianas etc. derreter as geleiras da Antártida, desviar rios criando imensas barragens como Belo Monte e cavar buracos aleatoriamente para extrair minérios, em Minas Gerais por exemplo, sem falar da imensa poluição gerada por todas essas atividades. É possível que as vidas salvas na China devido à queda na poluição durante a quarentena ultrapassam as mortes por COVID19. Pesquisas de virologistas e epidemiologistas descobriram que a emergência de patógenos novos tende a acontecer nos lugares onde uma população densa vem modificando o paisagem — construindo estradas e minas, derrubando florestas e intensificando a agricultura. Com a população humana cada vez maior, invadindo os territórios dos animais silvestres, mudanças nunca antes vistos do uso do solo, animais domésticos sendo transportados por longas distâncias e criadas em condições de superlotação e sofrimento enquanto os seus produtos atravessam o mundo, e com o aumento vertiginoso das viagens domésticos e internacionais dos seres humanos, a previsão de novas pandemias é uma certeza.

A China não é a única, outras grandes economias emergentes, como a Índia, Nigéria e o Brasil, também correm grandes riscos. Ironicamente em outubro de 2019 o Evento 201, organizado pela Centro Johns Hopkins, o Forum Econômico Mundial, e a Fundação Bill e Melinda Gates examinava a possibilidade duma hipotética pandemia mundial com origens no Brasil através dum vírus passado de morcegos para uma criação pecuária de suínos. A previsão era que essa pandemia fosse começar entre as populações pobres latino-americanos, daí chegaria em Portugal, Estados Unidos e China acabando por se espalhar pelo mundo inteiro durante um período de 18 meses, resultando em 65 milhões de mortos. O Trump disse recentemente que ninguém podia prever uma pandemia desse tipo. Obama tinha falado num discurso de 2014 sobre a possibilidade duma pandemia futura e a importância de preparar um sistema de segurança para todos na nação e no mundo. Foi criado uma agência chamada Predict (Prever) nos Estados Unidos, até 2019, quando foi desmantelado pelo Donald Trump.

Diferente dos antigos e dos povos originais e tradicionais que consideravam — e consideram — a terra como uma grande mãe, um celeiro, uma provedora sempre viva, o capitalismo trata a terra como uma inimiga para ser dominada e espoliada. Os políticos e elites se fazem surdos e cegos aos apelos contínuos dos povos indígenas para a importância da preservação das florestas, dos rios, do meio ambiente. Biólogos e infectologistas acreditam que é só uma questão de tempo para que outras viroses tão, ou até mais, mortíferas para a espécie humana, começam a aparecer. Por ser um vírus novo buscando um caminho no mundo que abriu para ele, o SARS-COV2 não é regido por estações ou temporadas como as gripes e resfriados. Os avanços do vírus no Brasil e na África demonstram claramente que a suposição do Trump que a vírus tende a desaparecer com a primavera chegando nos Estados Unidos e na Europa cai no vazio.

Especialistas consideram provável que entre sessenta e oitenta por cento dos seres humanos do planeta serão contaminados pelo SARS-COV2. Os sintomas, para a grande maioria, podem ser mínimos ou até nenhuma. Isso especialmente é o caso das crianças que podem se contaminar e transmitir o vírus sem apresentar qualquer sintoma. A taxa de morte é de fato baixo — em torno de dois por cento. O problema é que o COVID19 é tão contagiosa e se propaga com tanta velocidade, que esse número, pequeno quando expresso como porcentagem da população, pode ter um efeito absolutamente devastador se acontecer tudo duma vez, levando o sistema de saúde a total colapso como vimos na Itália e na Espanha e agora em New York. Visto assim, é necessário sair da perspectiva de “Quem pode me contaminar? Como posso evitar a contaminação? Para pensar: “Quem pode ser contaminado por mim? Como posso evitar contaminar os outros?” Daí a lógica da quarentena e a falácia do pensamento que propõe “quarentena vertical”, isolando idosos e pessoas com a imunidade comprometida, de alguma forma. Diante desse quadro, impossível não pensar no Jair que apesar de aparentemente ter testado positivo, saiu pegando na mão, beijando e tirando selfies com seus apoiadores enquanto o seu segurança, um homem atlético de 39 anos, estava internado em estado grave, e toda a comitiva que o acompanhou aos Estados Unidos tiveram testes positivos. A Itália tem uma densidade populacional de aproximadamente 200 hab./km2. Na Lombardia, estado cujo capital é Milano, é o dobro, pouco mais de 400 hab./km2. A Cidade do Rio de Janeiro tem densidade superior a 5.000 hab./km2 (IBGE 2010) mas em muitas áreas chega a números estratosféricos. Mais de 35,000 na Nova Holanda e 39.000 na Rocinha. Na favela de Paraisópolis de São Paulo são 45,000 por km2. O conceito do isolamento social já é problemático. Mas o isolamento do Brasil não é como nos outros países. O que está acontecendo aqui é que Brasil está se isolando do resto do mundo numa neblina de ignorância e soberba. Tem sinais que o resto do mundo está começando a isolar o Brasil como risco à integridade física e mental alheia.

Já ficou claro pela informação saindo dos Estados Unidos, e do próprio Brasil, que a doença não é exclusive de idosos e enfermos. Isso desqualifica os discursos do Bolsonaro e vários empresários que basta fazer uma quarentena vertical, isolando idosos e pessoas com imunidade comprometida. De fato a co-morbidade mais fatal constatado até agora é a obesidade provocada pela alimentação industrializada. Uma estatística recente de São Paulo indicou que metade das fatalidades tem entre 23 e 49 anos. Tão pouco, diferente da tuberculose e do dengue entre outras, é uma doença exclusivamente dos pobres. Pelo contrário chegou no Brasil seguindo as linhas neocoloniais, com gente rica que foi passar carnaval na Europa, especialmente a Itália, a comitiva do Bolsonaro que foi aos Estados Unidos, e com os turistas chegados aqui de muitos lugares do mundo por via marítima e via aérea sem qualquer fiscalização ou controle, mesmo depois da pandemia anunciada. Com total egoísmo e irresponsabilidade a burguesia e elite Brasileira foram logo contaminando pessoas que jamais foram a Disneylândia. A primeira morte foi da empregada duma recém chegada da Itália, que sequer se deu o trabalho de explicar que ela estava com uma infecção. A primeira fotografia que circulou nas redes sociais de pessoas afetadas pela doença no Brasil mostrou um casal burguês na Zona Sul do Rio curtindo o isolamento enquanto a jovem empregada lavava a louça. E por aí continuamos, mito por mito, praticamente sem testes, com estatísticas camufladas, na já fadiga discurso de sabermos mais e melhores do que qualquer nação da terra. O Bolsonaro já foi eleito pela imprensa mundial o pior líder da crise e diversos países – até Itália – tem aconselhado seus compatriotas a deixarem o Brasil “enquanto há tempo”.

Os especialistas acreditam que vai levar no mínimo dezoito meses para produzir uma vacina, tempo suficiente para desenvolver o tal “herd immunity” a imunidade de massa que tem inspirado as políticas de alguns líderes mundiais até o ponto em que o avalanche dos números e a escala do desastre iminente os levam a adotar medidas mais drásticas. Um caso em ponto é o Reino Unido onde o Primeiro Ministro Boris Johnson, um dos primeiros a vociferar essa teoria, foi ele mesmo vítima da doença que ele venceu aos custos depois de ser entubado no CTI. Nesses dezoito meses a hipótese é que, uma vez desenvolvida essa imunidade relativa dos seres humanos, o vírus torna à criar reservatório em algum hospedeiro animal até uma nova mutação. E aí fica evidente que o paradigma que move o mundo ocidental vai ter que passar por uma tremenda revolução porque não é mais somente um do presente momento, dos pais, tios, avós ou você mesmo que pode se contaminar, mas dos filhos, netos, bisnetos, e das gerações futuras.

Uns anos atrás uma jovem alemã, estudante de medicina, ficou hospedada na minha casa. Ela estava fazendo um estudo comparativo entre o SUS (Sistema Única de Saúde) brasileiro e o sistema alemã de saúde. Depois de meses de estudos, ela chegou à conclusão que o SUS era superior. Um amigo brasileiro, residente depois de décadas de residência na Alemanha, voltou ao Brasil para tratar do seu câncer no SUS. Já fui tratada nas emergências do Souza Aguiar e do Miguel Couto. É interessante que praticamente todos que se acidentam no Brasil recebam os primeiros socorros da saúde pública. Depois, precisando de hospitalização, quem tem plano de saúde segue para os confortos relativos do sistema privado. No entanto, nos Jogos Olímpicos de 2016, o Rio de Janeiro perdeu uma bela oportunidade de reaparelhar o sistema de saúde pública, e o sistema de saúde privada foi privilegiada para o atendimento dos atletas. Na gestão do Bolsonaro todo o investimento na educação e saúde pública vem sendo progressivamente secado, de forma que a possibilidade de novos estudos e pesquisas fundamentais para desvendar a crise e prevenir futuros problemas é dizimado, enquanto as possibilidades do sistema de saúde pública lidar com um cenário de desastre são minadas. Já foi noticiado corte de bolsas de inúmeros pesquisadores brasileiros, inclusive alguns engajado especificamente no estudo do vírus. Ironicamente o Mandetta, ex-Ministro da Saúde que começou o gestão tirando recursos do SUS e expulsando os médicos cubanos do programa Mais Médicos, diante da real crise sanitária a visto, tornou a utilizar o jaleco do SUS permanentemente e de seguir as recomendações da OMS de impor quarentena e isolamento horizontal no país. E vimos que até nos EUA onde Trump vem dizimando o projeto do Medicare do Obama, estavam numa corrida para construir hospitais públicos de campanha.

Em vários países do mundo – Inglaterra, Estados Unidos e o Brasil por exemplo – vemos o resultado do sucateamento da saúde público no projeto neoliberal resultando no espetáculo cruel de profissionais de saúde arriscando suas vidas para cuidar de pacientes em situações de estresse extremo sem equipamento de proteção pessoal adequada. Obviamente depois dos ricos, o vírus vai se propagando rapidamente entre trabalhadores essenciais, não somente os profissionais de saúde com contato direto diário nos hospitais, mas também os trabalhadores da limpeza, motoristas, funcionários de laboratórios, entregadores, os funcionários dos supermercados, todos aqueles denominados trabalhos essenciais mal remunerados e muito expostos às imprudências dos outros. No Brasil ainda assistimos o cinismo desde o presidente até pastores bilionários insistindo que cultos evangélicos eram atividades essenciais já que a reza podia fornecer a cura à pandemia. Aproveitando da credulidade do povo a Igreja Universal chegou ao ponto de oferecer álcool gel “ungido” pelo preço de R$80,00. Quando a justiça obrigou os cultos a fecharem os pastores começarem a pedir os dízimos pela internet.

Não precisa ser cientista para adivinhar que pessoas mais pobres, com moradia complicada, mais expostas à poluição, salários baixos, com alimentação mais pobre, sem condições de isolamento, transporte pública lotada, vão sofrer mais com a doença. Vai logo aparecendo nas estatísticas que nos EUA tem setenta por cento das baixas entre as populações negras e latinas e que na Inglaterra entre profissionais de saúde mortos tem uma desproporção de trabalhadores estrangeiros negros e asiáticos.

E aí vemos que ao invés de vir ao socorro dos trabalhadores que dependem dos seus salários regulares para se sustentar, o governo vai socorrer os bancos que tiveram lucros bilionários no ano passado. Ao invés de facilitar a vida dos assalariados através de cortes em impostos ou verbas de socorro, o Congresso Brasileiro que já realizou cortes inexplicáveis nas aposentadorias dos mais sobres, nas verbas da saúde pública e na educação, se apressa em aprovar o “cartão de trabalho verde-amarelo”. Elegem uma soma pífia de seiscentos reais para socorrer trabalhadores autônomos e informais cercado por burocracias que dificultam o acesso e mesmo assim o Jair tem coragem de dizer que quem requere essa verba “não gosta de trabalhar”. Em meio a calamidade da saúde pública, assistimos atônitos uma briga surda política entre um presidente negacionista e os governadores que encarem o problema real de administrar megacidades diante do iminente colapso do sistema hospital e os cemitérios superlotados. Aí mesmo os antigos aliados, Doria de São Paulo, Witzel do Rio de Janeiro e Caiado em Goiânia andarem se opondo as tentativas de relaxar a quarentena incorrendo a fúria das massas dos bolsomínios que fazem carreatas de carros de luxo pedindo para o povo voltar a trabalhar. Quando o Governador da Bahia instalou um sistema de fiscalização sanitária de passageiros chegando no Aeroporto de Salvador, veio uma contraordem do Governo Federal proibindo a iniciativa. Agora os governadores dos estados do nordeste tem criado uma união “a favor da vida” se opondo a linha política da presidência.  Enquanto isso o Jair instala o filho, um vereador carioca, numa sala do Palácio do Planalto, e se recusa (mais uma vez) a falar com a imprensa, incitando os seus seguidores, que já aparecem uma seita fanática, a atacar o Congresso, o Judiciário e principalmente os jornalistas. Em 2013 em protestos de multidões vimos a mídia alternativa liderando os gritos de “Fora Rede Globo”. Quem diria que em 2020, essas mesmas pessoas estariam reproduzindo matérias da Globo nas redes sociais, enquanto a massa verde-amarela berra “Fora Globo lixo”, e assalta e agride jornalistas. Aparecer em matéria do Fantástico já se tornou motivo de demissão para a diretoria da IBAMA por conta da fiscalização das operações ilegais em Amazonas e o Ministro de Saúde Henrique Mandetta por sua insistência na quarentena.

As ONGs tão caluniadas pelo governo federal mostram todo o seu valor nesse momento. O MST já doou toneladas de alimentos para ajudar as pessoas com dificuldades na quarentena. Em São Paulo, a favela de Paraisópolis, com densidade populacional de 45.000 pessoas por km2, tem demonstrado uma lição de solidariedade e organização na ausência do mesmo estado que numa ação policial desastrosa no final do ano passado massacrou vários jovens da comunidade. Contratarem uma equipe médica para a favela e vem monitorando 21,000 casas com presidentes de cada rua. No Morro Santa Marta do Rio de Janeiro, o Thiago Firmino vem organizando a lavagem da favela nos moldes da higienização dos chineses, depois de estudar os seus métodos como aplicados em Niterói. Já estenderam o programa para o Morro da Babilônia no Leme, ainda pretendem levar para outros lugares. O Papo Reto do Complexo do Alemão já formou uma equipe para ajudar os moradores com cestas básicas e kits de limpeza. No Complexo da Maré a jornalista Gizele Martins vem organizando uma vaquinha para levar informação e suprimentos à população. Desde costureiras autónomas fazendo máscaras para doar a quem precisa aos Velhas Guardas das Escolas de Samba, uma coletiva de ciclistas e um sem número de indivíduos e organizações independentes estão se engajando na luta contra a doença. Ao mesmo tempo o Governo Federal continua praticamente inerte. Frente a um possível holocausto dos povos indígenas, o Funai, mesmo com verba em caixa, nada faz. Vale lembrar que o saldo da invasão das Américas pelos europeus com suas bactérias distintas nos séculos XVI e XVII foi uma dizimação das populações indígenas de em torno de 19 milhões de pessoas.

Nos últimos dois dias o Brasil ultrapassou Canadá em número de casos de COVID19, chegando no patamar da Rússia que está no décimo lugar no mundo. Mas tem um porém: todos os países na lista estão realizando milhares de testes, desde a Itália e a Alemanha realizando mais que vinte mil teste por cada um milhão da população até o Irã, que, sem recursos, realiza quatro mil trezentos e cinquenta e quatro. A última estatística brasileira indica mil trezentos e quarenta e três testes por um milhão. Ninguém está computando o surpreendente aumento de hospitalizações e mortes por problemas respiratórios e pneumonia. O novo ministro de saúde cujo currículo indica uma carreira dedicada à indústria da saúde já anunciou que não faz sentido gastar muitos recursos com respiradores já que “depois” não terão mais utilidade e que não vai se preocupar em salvar idosos.

O COVID19 não é apenas o problema de algum ou outro dirigente, por mais desastroso que seja. Ou transformamos toda nossa relação à planeta, à natureza, às riquezas do meio ambiente e da terra, às relações com os povos e as suas culturas, ou afundamos de vez. Ou aprendamos a solidariedade, a divisão justo das riquezas, o cuidado necessário com cada ser viva ou nós entregamos de vez aos quatro cavaleiros do apocalipse — a Peste, a Guerra, a Fome e a Morte. Tem que ter limite nas grandes fortunas sim, tem que ter divisão de renda sim. Porque não pode ter renda básica universal para garantir as necessidade básicas de cada ser humano? Não apenas em tempos de cólera como este, mas geral, para sempre. Como podemos continuar à aceitar um mundo onde o presidente dum multinacional possa dizer que agua não é um direto humano e um empresário brasileiro diz que “A Economia” é mais importante que alguns milhares de vidas; onde políticos americanos com informações sobre a pandemia, aproveitam para vender todas suas ações na bolsa antes de divulgar a informação que pode salvar milhares de vidas, onde o governo pode distribuir bilhões em ajuda para os bancos, que já funcionam com lucros bilionários, e fazer propaganda para os miseráveis e remediados continuar a trabalhar apesar da ameaça de doença? Como pode ver a G20 discutindo o problema de COVID19 na África, não com preocupação com os africanos, mais com medo das consequências para o ocidente? Que no meio disso os USA continuam à bombardear Iraque e ameaçar a Venezuela e a Irã. Enquanto Cuba tem se destacado enviando equipes de médicos para outros países e ajudando um imenso cruzeiro inglês com passageiros doentes, os americanos mandarem bloqueio naval para impedir a chegada de suprimentos na Venezuela e na própria Cuba e sequestrarem equipamentos chineses destinados a Alemanha, a França e ao Brasil. Os Israelenses continuam à bombardear Gaza e o exército israelense interditou uma clínica que estava fazendo testes em judeus e palestinos. No Rio de Janeiro em plena pandemia, o PM e BOPE invadem as favelas de Acari, Complexo de Alemão e Manguinhos com caveirão e tiros. O General Heleno, mesmo doente de COVID19, assinou, do leito, um decreto autorizando a remoção de 30 quilombos de Alcântara no Maranhão, onde vivem 800 famílias desde o século XVII, para a criação de mais uma base militar americano, como tantos outros mundo afora. O desmatamento da Floresta Amazônica nesse início de 2020 já ultrapassou todos os outros anos e agressões e execuções de lideranças indígenas continuam a aumentar. Agora vem o Mourão formar o Conselho da Amazonas com 19 militares – todos homens – sem IBAMA, FUNAI ou qualquer organização indígena.

A sensação disso tudo é um país em plena rota de colisão. É difícil conhecendo a tremenda riqueza cultural, a diversidade populacional ímpar e a natureza magnífica do Brasil acompanhar esse desmonte. Só podemos esperar que por algum milagre a praga vem para enriquecer os conhecimentos, para impor uma redistribuição de recursos e uma renovação política, social e humana.

Como disse o jovem ativista indígena Iberê Guarani no 19 de abril: Nos ensinamos eles a tomar banho, agora estão apendendo a lavar as mãos.

A LUTA CONTINUA CONTRA A IGNORÂNCIA, O RACISMO E O EGOISMO.

VIVA OS QUILOMBOS E OS POVOS INDÍGENAS DO BRASIL E DO MUNDO

BIBLIOGRAFIA

 

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