O pássaro da morte sobre corpos empilhados – existência e resistência política em ‘A vala comum’, de José Mena Abrantes

Autores

  • Agnaldo Rodrigues da Silva Universidade do Estado de Mato Grosso

DOI:

https://doi.org/10.35520/mulemba.2019.v11n20a23294

Palavras-chave:

teatro angolano, arte engajada, corpo e drama, José Mena Abrantes, A vala comum.

Resumo

Este artigo faz uma análise da peça teatral A vala comum (1994), de José Mena Abrantes, dramaturgo angolano, cujas peças podemos classificar como teatro político. A peça integra um tríptico teatral, produzido em 1994, chamado O pássaro e a morte, com a proposta de discutir os efeitos violentos da luta pelo poder na recém-independente Angola. A vala comum baseia-se em um episódio histórico, “guerra dos três dias”, ocorrido em Luanda em outubro de 1992, e que ocasionou o assassinato de um número significativo de opositores ao regime vigente, incluindo, na estrutura do texto, inocentes. A partir da metáfora de um Corpo Morto, que interage com as outras personagens e com o espectador por meio de uma voz “off”, constrói-se um mundo fantástico, onde não há barreiras entre a vida e a morte, o real e o irreal, atribuindo significados históricos àqueles corpos que, assassinados, foram empilhados em valas comuns.

Biografia do Autor

Agnaldo Rodrigues da Silva, Universidade do Estado de Mato Grosso

Doutor em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa pela USP e Pós-doutor pela UFRGS. Professor e pesquisador da UNEMAT, credenciado no Programa de Pós-graduação em Estudos Literários da UNEMAT, com estudos sobre o teatro em língua portuguesa.

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Publicado

2019-08-06