INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS ABIÓTICOS NA ABUNDÂNCIA DE Biomphalaria straminea (BASOMMATOPHORA: PLANORBIDAE) EM UMA LAGOA TEMPORÁRIA NO SEMIÁRIDO DE PERNAMBUCO, BRASIL

Authors

DOI:

https://doi.org/10.4257/oeco.2019.2301.08

Keywords:

abiotic factors, limnic molluscs, Brazilian semi-arid

Abstract

As lagoas temporárias representam ecossistemas de grande importância para a manutenção da diversidade biológica no semiárido brasileiro. O objetivo desse estudo foi avaliar as variáveis abióticas que afetam a abundância de Biomphalaria straminea em uma lagoa temporária no semiárido de Pernambuco. O estudo foi desenvolvido na Lagoa II do Parque Estadual Mata da Pimenteira, PE, Brasil. Cinco pontos na lagoa foram amostrados com arrastos, cinco vezes no período de outubro/2014 a julho/2015, com puçá com malha de 0,5 mm. As variáveis limnológicas de cada ponto foram mensuradas mensalmente. Foram registradas apenas duas espécies de gastrópodes, sendo elas B. straminea (Dunker, 1848) (Basommatophora: Planorbidae) com 97,99% e Pomacea lineata (Spix, 1827) (Architaenioglossa: Ampullariidae) com 2,01% dos indivíduos. O índice de abundância de B. straminea foi negativamente relacionado com a temperatura e positivamente relacionado com o oxigênio dissolvido. Esses resultados mostram que, dentre as variáveis medidas, esses fatores abióticos são os principais determinantes da abundância de B. straminea nessa lagoa.

INFLUENCE OF ABIOTIC PARAMETERS IN THE ABUNDANCE OF Biomphalaria straminea (BASOMMATOPHORA: PLANORBIDAE) IN A TEMPORARY LAGOON IN THE PERNAMBUCO SEMI-ARID, BRAZIL. Temporary lagoons represent ecosystems of great importance for the maintenance of biological diversity in the Brazilian semi-arid region. The objective of this study was to evaluate the abiotic variables that affect the abundance of Biomphalaria straminea in a temporary lagoon in the semi-arid region of Pernambuco. The study was developed in Lagoa II of Mata da Pimenteira State Park, Pernambuco, Brazil. Five points in the lagoon were sampled with trawls, five times in the period from October/2014 to July/2015, with a 0.5 mm of knitted. The limnological variables of each point were measured monthly. Only two species of gastropods were recorded: B. straminea (Dunker, 1848) (Basommatophora: Planorbidae) with 97.99% and Pomacea lineata (Spix, 1827) (Architaenioglossa: Ampullariidae) with 2.01% of the individuals. The abundance index of B. straminea was negatively related with temperature and positively related with dissolved oxygen. These results show that among the variables measured these abiotic factors are the main determinants of the abundance of B. straminea in this lagoon.

Author Biographies

Cicero Diogo Lins de Oliveira, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Engenheiro de pesca e mensrado em Biodiverisidade Conservação no UFRPE

Girlene Fábia Segundo Viana, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Departamento de Engenharia de Pesca, Laboratório de Bentos (Labentos) UAST

References

Andrade, R. M., & Carvalho, O. S. 1979. Colonização de Pomacea haustrum (Reeve, 1856) em localidade com esquistossomose mansoni: Baldim, MG (Brasil). (Prosobranchia, Pilidae). Revista de Saúde Pública, 13(2), 92–107. DOI: 10.1590/S0034-89101979000200005

Aranguren-Riaño, N., Guisande, C., & Ospina, R. 2011. Factors controlling crustacean zooplankton species richness in Neotropical lakes. Journal of Plankton Research, 33(8), 1295–1303. DOI: 10.1093/plankt/fbr028

Arrignon, J. 1979. Ecologia y piscicultura de aguas dulces. Ed. Mundi Prensa, Espanha. p. 365.

Barbosa, F. S. 1995. Tópicos em Malacologia Médica. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz: p. 314.

Callisto, M., Moreno, P., Gonçalves, J. F. J. R., Ferreira, W. R., & Gomes, C. L. Z. 2005. Malacological assessment and natural infestation of Biomphalaria straminea (Dunker, 1848) by Schistosoma mansoni (Sambon, 1907) and Chaetogaster limnaei (K. Von Baer, 1827) in an urban eutrophic watershed. Brazilian Journal of Biology, 65(2), 217–28. DOI: 10.1590/S1519-69842005000200005

Cardoso, M. M. L., Souza, J. E. R. T., Crispim, M. C., & Siqueira, R. 2012. Diversidade de peixes de um rio intermitente do semiárido paraibano, Brasil. Biotemas, 25(3), 161–171. DOI: 10.5007/2175-7925.2012v25n3p161

Coelho, L. H. L. 2007. Lymnaea columella (Pulmonata: Lymnaeidae): dinâmica de populações em Itajubá, Minas Gerais e suscetibilidade à infecção por Fasciola hepatica (Digenea: Fasciolidae) em associações simpátricas e alopátricas entre parasito e hospedeiro. Tese de doutorado. Departamento de Parasitologia da Universidade Federal de Minas Gerais. p. 112.

Costa, M. J. F., Grault, C. E., & Confalonieri, U. E. 2004. Comparative study of the fecundity and fertility of Biomphalaria glabrata (Say, 1818) and Biomphalaria straminea (Dunker, 1848) in a laboratory through self-fertilization and cross-fertilization. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, 46(3), 157–163. DOI: 10.1590/S0036-46652004000300007

Diniz, L. P., Elmoor-Loureiro, L. M., Almeida, A. V. L. S., & Júnior, M. M. 2013. Cladocera (Crustacea, Branchiopoda) of a temporary shallow pond in the Caatinga of Pernambuco, Brasil. Nauplius, 21(1), 65–78. DOI: 10.1590/S0104-64972013000100008

Esteves, F. A. 1998. Fundamentos de Limnologia. Rio de Janeiro: Interciência/FINEP: p. 602.

Jorcin, A., & Nogueira, M. G. 2008. Benthic macroinvertebrates in the Paranapanema reservoir cascade (southeast Brazil). Brazilian Journal of Biology, 68(4), 1013-1024. DOI: 10.1590/S1519-69842008000500009

Kappes, H., & Haase, P. 2012. Slow, but steady: dispersal of freshwater molluscs. Aquatic Sciences, 74(1), 1-14. DOI: 10.1007/s00027-011-0187-6

Kretzschmar, A. U., & Heckman, С. 1995. Estratégias de sobrevivência das espécies de Ampullariidae (Mollusca, Gastropoda) durante mudanças das condições ambientais extremas do ciclo sazonal sob o clima tropical úmido-e-seco. Acta Limnologica Brosiliensia, 7, 60–66.

Madsen, H. 1985. Ecology and control of African freshwater pulmonate snails. Part I: Life cycle and methodology. Charlottenlund: Danish Bilharziasis Laboratory: p. 36.

Maltchik, L. 2000. Lagoas temporárias do semiárido. Ciência Hoje, 28(167), 67–70.

Maltchik, L., Stenert, C., & Kotzian, C. B. D. 2010. Responses of freshwater molluscs to environmental factors in Southern Brazil wetlands. Brazilian Journal the Biology, 70(3), 473–482. DOI: 10.1590/S1519-69842010005000003

Ministério da Saúde. 2008. Vigilância e controle de moluscos de importância epidemiológica - Diretrizes técnicas: Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose (PCE) - 2. ed. Brasília. p. 178.

Mota, D. J. G., Moraes, J., Nascimento, C., Kawano, T., & Pinto, P. L. S. 2012. Malacofauna límnica em pesqueiro de Itapecerica da Serra, São Paulo, Brasil: risco potencial na transmissão de helmintoses. Boletim do Instituto de Pesca, 38(4), 297–312.

Mugnai, R., Oliveira, R. B., Carvalho, L., & Batista, D. F. 2010. Adaptation of the Indice Biotico Esteso (IBE) for water quality assessment in rivers of Serra do Mar, Rio de Janeiro State, Brazil. Tropical Zoology, 21, 57–74.

Nascimento Filho, S. L., Viana, G. F. S., & Gomes, R. L. M. 2014. Inventário da malacofauna límnica de três grandes reservatórios do sertão de Pernambuco, Brasil. Scientia Plena, 10(11), 1–7.

Olivier, L., & Scheneiderman, M. 1956. A method for estimating the density of aquatic snail populations. Experimental Parasitology, 5(2), 109–117. DOI: 10.1016/0014-4894(56)90008-X

Paraense, W. L. 1977. Distribuição geográfica dos vetores da xistosomose no Nordeste do Brasil. In: P. A. Machado (Ed.), Painel programa especial de controle de esquistossomose. pp. 47–51. Brasília: Ministério da Saúde.

Petsch, D. K., Pinha, G. D., Ragonha, F. H., & Takeda, A. M. 2013. Influência dos fatores ambientais sobre a distribuição da comunidade de invertebrados bentônicos em canais de uma planície de inundação neotropomunidade de invertebrados bentônicos em canais secundários e principal de uma planície de inundação neotropical. Biotemas, 26(3), 127-138. DOI: 10.5007/2175-7925.2013v26n3p127

Pereira, D., Inda, L. A., Consoni, J. M., & Konrad, H. G. 2001. Composição e abundância de espécies de moluscos do bento marginal da microbacia do arroio Capivara, Triunfo, RS, Brasil. Biociências, 9(1), 3–20.

Pieri, O. S. 2008. Diretrizes técnicas: Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose (PCE) - 2. Aspectos ecológicos. Vigilância e Controle de Gastrópodes de Importância Epidemiológica. Brasília: Ministério da Saúde: p. 129.

Pineda, M. D., & Schäfer, A. 1987. Adequação, critérios e métodos de avaliação de águas superficiais baseada no estudo ecológico do rio Gravataí. Ciência e Cultura, 39(2), 198–206.

Rocha, O. 2003. Águas Doces (Versão Preliminar). Avaliação do estado do conhecimento da diversidade biológica do Brasil. Brasília: COBIO/MMA–GTB/CNPq– NEPAM/UNICAMP: p. 12.

Sa, I. B., Riché, G. R., & Fotius, G. A. 2003. As paisagens e o processo de degradação do semi-árido nordestino. Embrapa Semiárido: p. 36.

Simões, N. R., Sonoda, S. L., & Ribeiro, S. M. M. S. 2008. Spatial and seasonal variation of microcrustaceans (Cladocera and Copepoda) in intermittent rivers in the Jequiezinho River Hydrographic Basin, in the Neotropical semiarid. Acta Limnologica Brasiliensia, 20(3), 197–204.

Simões, R. I. 2002. Comunidade de gastrópodes bentônicos na área de abrangência da usina hidrelétrica de Dona Francisca, Rio Jacuí, Rio Grande do Sul, Brasil: fase de pré e pós-enchimento. Dissertação de mestrado. Departamento de Biologia Animal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. p. 217.

Simone, L. R. L. 2006. Land and freshwater molluscs of Brazil. São Paulo: FAPESP: p. 390.

Souza, C. P., & Lima, L. C. 1990. Gastrópodes de interesse parasitológico do Brasil. Belo Horizonte: Editora Fiocruz: p. 72.

Souza, C. P., Drummond, S. C., Silva, C. J. E., Queiroz, L. A., Guimarães, C.T., & Rocha, R. S. 1998. Investigação sobre a transmissão da esquistossomose no complexo turístico da Serra do Cipó, MG. Informe Epidemiológico do Sus, 6(4), 43–51. DOI: 10.5123/S0104-16731998000400005

Souza, G. T. R., Machado, M. H., Dias, M. L. G. G., Yamada, F. H., Pagotto, J. P. A, & Pavanelli, G. C. 2008. Composição e sazonalidade dos gastrópodes do alto rio Paraná, Brasil, e sua potencialidade como hospedeiros intermediários de digenéticos. Acta Scientiarum Biological Sciences, 30(2), 309–314. DOI: 10.4025/actascibiolsci.v30i3.5018

Tundisi, J. G., & Matsumura-Tundisi, T. 2008. Limnologia. São Paulo: Oficinas de Textos: p. 631.

Vazzoler, A. E. A. M. 1981. Manual de métodos para estudos biológicos de populações de peixes, reprodução e crescimento. Brasília: CNPq: p. 108.

Vidigal, T. H. D. A., Marques, M. M. G. S. M., Lima, H. P., & Barbosa, F. A. R. 2005. Gastrópodes e bivalves límnicos do trecho médio da bacia do Rio Doce, Minas Gerais, Brasil. Lundiana, 6, 67–76.

Zar, J. H. 1999. Biostatistical Analysis. 4th. ed. New Jersey: Prentice Hall: p. 196.

Published

2019-03-14