ROTIFERA DE RESERVATÓRIOS COM DIFERENTES EXPOSIÇÕES ANTRÓPICAS EM UM FRAGMENTO PROTEGIDO DE MATA ATLÂNTICA

Authors

  • Alef Jonathan da Silva Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Ecologia (PPGE), Laboratório de Ecologia do Plâncton, Rua Dom Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife, PE, Brasil, CEP: 52171-900.
  • Cláudio Simões de Morais Júnior Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Ecologia (PPGE), Laboratório de Ecologia do Plâncton, Rua Dom Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife, PE, Brasil, CEP: 52171-900.
  • Felipe Antonio dos Santos 1 Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Laboratório de Ecologia do Plâncton, Rua Dom Manuel de Medeiros, s/n, CEP 52171-900, Dois Irmãos, Recife, PE, Brasil.
  • Susane Maria Fragoso da Silva 2 Universidade de Pernambuco, Campus Mata Norte, Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Rua Amaro Maltez, nº 201, Centro, CEP 55800-000, Nazaré da Mata, PE, Brasil.
  • Tatiane Berta da Silva 2 Universidade de Pernambuco, Campus Mata Norte, Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Rua Amaro Maltez, nº 201, Centro, CEP 55800-000, Nazaré da Mata, PE, Brasil.
  • Mauro de Melo Júnior 1 Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Laboratório de Ecologia do Plâncton, Rua Dom Manuel de Medeiros, s/n, CEP 52171-900, Dois Irmãos, Recife, PE, Brasil.
  • Viviane Lúcia dos Santos Almeida de Melo 2 Universidade de Pernambuco, Campus Mata Norte, Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Rua Amaro Maltez, nº 201, Centro, CEP 55800-000, Nazaré da Mata, PE, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.4257/oeco.2019.2302.11

Keywords:

bioindication, Conservation Unit, functional groups, Guild Ratio index, zooplankton, protected areas

Abstract

Rotíferos são organismos geralmente planctônicos utilizados como indicadores da qualidade ambiental em corpos d’água, por apresentarem a capacidade de responderem rapidamente às variações do meio. O objetivo do presente estudo foi investigar se em uma mesma área protegida (Parque Estadual de Dois Irmãos, Pernambuco, Brasil), ambientes aquáticos submetidos a diferentes níveis de exposição antrópica apresentam atributos distintos da comunidade de rotíferos litorâneos. Foram avaliados quatro reservatórios, que foram agrupados em duas categorias de condições de exposição antrópica: (i) Expostos e (ii) Não Expostos, de acordo com as características ambientais do entorno dos reservatórios. Foram registradas 41 espécies, das quais 11 ocorreram nos quatro ambientes, e o gênero Lecane foi o mais rico em espécies (S = 14). A comunidade de rotíferos diferiu entre as duas condições de exposição, com uma maior riqueza e densidade encontrada para o grupo de reservatórios Expostos. A análise de grupos funcionais, através do índice de Guild Ratio (GR), resultou em maior dominância de micrófagos para o grupo de ambientes Expostos (GR = -0,93), em relação aos Não Expostos (GR = -0,69). Mesmo as duas condições de exposição tendo apresentado predominância de rotíferos de hábito alimentar micrófago, que são indicadores de degradação do ecossistema aquático, constatou-se uma menor representação desse grupo funcional nos reservatórios Não Expostos. Nossos resultados indicam que os rotíferos planctônicos litorâneos apresentam respostas confiáveis para a avaliação ambiental de reservatórios rasos, e que condições distintas de manejo podem influenciar o status ambiental de ecossistemas aquáticos de uma mesma área protegida.

ROTIFERA FROM RESERVOIRS UNDER DIFFERENT ENVIRONMENTAL CONDITIONS IN A PROTECTED FRAGMENT OF ATLANTIC RAIN FOREST Rotifers are generally planktonic organisms used as indicators of environmental quality in water bodies because they can quickly respond to environmental variations. The present research aimed to investigate whether in the same protected area (Dois Irmãos State Park, state of Pernambuco, Brazil) aquatic environments submitted to different levels of anthropic exposure present different attributes of the community of littoral rotifers. Four reservoirs were evaluated and grouped into two categories according to antropic exposure conditions: (i) Exposed and (ii) Not Exposed, according to the environmental characteristics of the surroundings of the reservoirs. Forty-one species were recorded, of which 11 occurred in the four reservoirs, and the genus Lecane was the richest in species (S = 14). The rotifer community differed between both exposure conditions, with a greater richness and density found for the group of Exposed reservoirs. The analysis of functional groups, through the Guild Ratio index (GR), resulted in a higher dominance of microphages for the Exposed group (GR = -0.93), than for the Not Exposed group (GR = -0.69). Even though both exposure conditions were dominated by microphage rotifers, which are indicators of aquatic ecosystem degradation, a lower representation of this functional group was observed in the Not Exposed group of reservoirs. Our results indicate that coastal planktonic rotifers present reliable answers for the environmental evaluation of shallow reservoirs, and that different management conditions can influence the environmental status of aquatic ecosystems of the same protected area.

Author Biography

Alef Jonathan da Silva, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Ecologia (PPGE), Laboratório de Ecologia do Plâncton, Rua Dom Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife, PE, Brasil, CEP: 52171-900.

Graduado do curso Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade de Pernambuco (UPE) - Campus Mata Norte. Na graduação desenvolveu pesquisa utilizando zooplâncton como bioindicador da qualidade ambiental da água, como bolsista de iniciação científica durante o ano de 2014. Atualmente, mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ecologia (PPGE) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), com projeto de pesquisa sobre a mortalidade do zoopâncton. Interesse na área de Ecologia, Bioindicadores, com foco na fauna planctônica.

References

Allaire, J. J., Ellis, P., Gandrud, C., Owen, J., Russell, K., Rogers, J., & Sese, C. 2017. Package “networkD3” CRAN.

Almeida, V. L. S., Larrazábal, M. E. L., Moura, A. D. N., & Melo-Júnior, M. 2006. Rotifera das zonas limnética e litorânea do reservatório de Tapacurá, Pernambuco, Brasil. Iheringia, Série Zoologia, 96(4), 445–451. DOI: 10.1590/S0073-47212006000400009

Almeida, V. L. S., Melão, M. G. G., & Moura, A. N. 2012. Plankton diversity and limnological characterization in two shallow tropical urban reservoirs of Pernambuco State, Brazil. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 84(2), 537–550.

Alvares, C. A., Stape, J. L., Sentelhas, P. C., Moraes Gonçalves, J. L., & Sparovek, G. 2013. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, 22(6), 711–728. DOI: 10.1127/0941-2948/2013/0507

Arimoro, F. O., & Oganah, A. O. 2010. Zooplankton community responses in a perturbed Tropical stream in the Niger Delta, Nigeria. The Open Environmental & Biological Monitoring Journal, 3(1), 1–11. DOI: 10.2174/1875040001003010001

Arruda, G. A., Diniz, L. P., Almeida, V. L. S., Neumann-Leitão, S., & Melo-Júnior, M. 2017. Rotifer community structure in fish-farming systems associated with a Neotropical semiarid reservoir in north-eastern Brazil. Aquaculture Research, 48(9), 4910–4922. DOI: 10.1111/are.13310

Balvay, G., & Laurent, M. 1990. Evolution quantitative à long terme des rotifères au cours de l’eutrophisation du Lac Léman. Aquatic Sciences, 52(2), 162–175. DOI: 10.1007/BF00902378

Barbosa, P. M. M., Brito, S., & Rietzler, A. C. 2006. Diversidade do zooplâncton de Minas Gerais. Ciência Hoje, 38(227), 67–73.

Begum, A., & Harikrishna, S. 2008. Study on the quality of water in some streams of Cauvery River. E-Journal of Chemistry, 5(2), 377–384. DOI: 10.1155/2008/234563

Bittencourt, L. A. F., & Paula, A. 2012. Análise cienciométrica de produção científica em Unidades de Conservação federais do Brasil. Enciclopedia Biosfera, 8, 2044–2054.

Brito, S. L., Maia-Barbosa, P. M., & Pinto-Coelho, R. M. 2011. Zooplankton as an indicator of trophic conditions in two large reservoirs in Brazil. Lakes and Reservoirs: Research and Management, 16(4), 253–264. DOI: 10.1111/j.1440-1770.2011.00484.x

Cabianca, M. A. A., & Sendacz, S. 1985. Limnologia do reservatório do Borba (Pindamonhangaba, SP), II. Zooplâncton. Boletim do Instituto de Pesca, 12(3), 83–95.

Chao, A., & Jost, L. 2012. Coverage-based rarefaction and extrapolation: Standardizing samples by completeness rather than size. Ecology, 93(12), 2533–2547. DOI: 10.1890/11-1952.1

Dantas-Silva, L. T., & Dantas, Ê. W. 2013. Zooplâncton (Rotifera, Cladocera e Copepoda) e a eutrofização em reservatórios do nordeste brasileiro. Oecologia Australis, 17(2), 53–58. DOI: 10.4257/oeco.2013.1702.06

Farinha, M. J. U. S., Silva, L. F., & Bernardo, L. V. M. 2017. O estado da arte das Unidades de Conservação como instrumento de preservação da Biodiversidade Brasileira, Espacios (Caracas) , 38(7), 15.

Harig, A. L., & Bain, M. B. 1998. Defining and restoring biological integrity in wilderness Lakes. Ecological Applications, 8(1), 71–87. DOI: 10.2307/2641312

Hassler, M. L. 2005. A importância das Unidades de Conservação no Brasil. Sociedade e Natureza, 17(33), 79–89.

Hsieh, T. C., Ma, K. H., & Chao, A. 2016. iNEXT: an R package for rarefaction and extrapolation of species diversity (Hill numbers). Methods in Ecology and Evolution, 7(12), 1451–1456. DOI: 10.1111/2041-210X.12613

Jorge Filho, S., Neumann-Leitão, S., Silva, T. D. A. E, & Melo-Júnior, M. 2014. Planktonic rotifers from a tropical estuary under high marine influence (Passos River, PE, Brazil). Tropical Oceanography, 42(3), 68–79. DOI: 10.5914/tropocean.v42i3.5770

Jost, L. 2006. Entropy and diversity. Oikos, 113(2), 363–375. DOI: 10.1111/j.2006.0030-1299.14714.x

Koste, W. 1978. Rotatoria Die Rädertiere Mitteleuropas, begründet von Max Voigt-Monogononta. 2. Auflage neubearbeitet von. Berlim: Gebrüder Borntraeger: p 673.

Landa, G. G., del Aguila, L. M. R., & Pinto-Coelho, R. M. 2002. Distribuição espacial e temporal de Kellicottia bostoniensis (Rousselet, 1908) (Rotifera) em um grande reservatório tropical (reservatório de Furnas), Estado de Minas Gerais, Brasil. Acta Scientiarum - Biological Sciences, 24(2), 313–319. DOI: 10.4025/actascibiolsci.v24i0.2272

Liu, W., & Qiu, R. 2007. Water eutrophication in China and the combating strategies. Journal of Chemical Technology & Biotechnology, 82(9), 781–786. DOI: 10.1002/jctb.1755

Maia-Barbosa, P. M., Menendez, R. M., Pujoni, D. G. F., Brito, S. L., Aoki, A., & Barbosa, F. A. R. 2014. Zooplankton (Copepoda, Rotifera, Cladocera and Protozoa: Amoeba Testacea) from natural lakes of the middle Rio Doce basin, Minas Gerais, Brazil. Biota Neotropica, 14(1), 1–20. DOI: 10.1590/S1676-06034040

Maia-Barbosa, P. M., Peixoto, R., & Guimarães, A. 2008. Zooplankton in littoral waters of a tropical lake: a revisited biodiversity. Brazilian Journal of Biology, 68(4), 1069–1078. DOI: 10.1590/S1519-69842008000500014

May, L., Spears, B. M., Dudley, B. J., & Gunn, I. D. M. 2014. The response of the rotifer community in Loch Leven, UK, to changes associated with a 60% reduction in phosphorus inputs from the catchment. International Review of Hydrobiology, 99(1–2), 65–71. DOI: 10.1002/iroh.201301705

Moreira, F. W. A., Leite, M. G. P., Fujaco, M. A. G., Mendonça, F. P. C., Campos, L. P., & Eskinazi-Sant’Anna, E. M. 2016. Assessing the impacts of mining activities on zooplankton functional diversity. Acta Limnologica Brasiliensia, 28(e7), 107. DOI: 10.1590/S2179-975X0816

Moss, B. 2017. Ponds and small lakes: microorganisms and freshwater ecology. Naturalists’ Handbooks 32. Exeter: Pelagic Publishing: p. 216.

Neumann-Leitão, S., & Nogueira, J. D. D. C. 1986. Rotíferos, cladóceros e copépodos de Pernambuco. I. Algumas espécies que ocorrem em viveiros de cultivo de camarões de Nova Cruz. Anais da Sociedade Nordestina de Zoologia, 2(2), 87–118.

Obertegger, U., & Manca, M. 2011. Response of rotifer functional groups to changing trophic state and crustacean community. Journal of Limnology, 70(2), 231–238. DOI: 10.3274/JL11-70-2-07

Obertegger, U., Smith, H. A., Flaim, G., & Wallace, R. L. 2011. Using the guild ratio to characterize pelagic rotifer communities. Hydrobiologia, 662(1), 157–162. DOI: 10.1007/s10750-010-0491-5

Oksanen, J., Blanchet, F. G., Friendly, M., Roeland Kindt, P. L., McGlinn, D., Minchin, P. R., O’Hara, R. B., Simpson, G. L., Solymos, P., Stevens, M. H. H., Szoecs, E., & Wagner, H. 2016. Vegan: community ecology package. R package version 2.0-10.

Peláez-Rodríguez, M., & Matsumura-Tundisi, T. 2002. Rotifer production in a shallow artificial lake (Lobo-Broa reservoir, SP, Brazil). Brazilian Journal of Biology, 62(3), 509–516. DOI: 10.1590/S1519-69842002000300016

Pereira, A. P. S., Vasco, A. N., Britto, F. B., Méllo Júnior, A. V., & Nogueira, E. M. S. 2011. Biodiversidade e estrutura da comunidade zooplanctônica na Sub-bacia Hidrográfica do Rio Poxim, Sergipe, Brasil. Ambiente e Agua - An Interdisciplinary Journal of Applied Science, 6(2), 191–205. DOI: 10.4136/ambi-agua.194

Pernambuco. 2017. Agência Pernambucana de Águas e Clima. Monitoramento pluviométrico. Acesso em 13 de março de 2017, em http://www.apac.pe.gov.br/meteorologia/chuvas-rmr.php

Pinese, O. P., Pinese, J. F., & Del Claro, K. 2015. Structure and biodiversity of zooplankton communities in freshwater habitats of a Vereda Wetland Region, Minas Gerais, Brazil. Acta Limnologica Brasiliensia, 27(3), 275–288. DOI: 10.1590/S2179-975X0415

R Development Core Team. 2018. R: A language and environment for statistical computing. Vienna, Austria: R Foundation for Statistical Computing.

Rodrigues, M. F., & Silva, S. P. V. 2014. Plano de Manejo: Parque Estadual de Dois Irmãos. Recife-PE: SEMAS: p. 73.

Ruttner-Kolisko, A. 1977. Suggestions for biomass calculations of planktonic rotifers. Archiv Fur Hydrobiologie Beihefte, 21, 71–76.

Shannon, C. E., & Weaver, W. 1963. The mathematical theory of communication. Urbana, IL: University of Illinois Press: p 125.

Segers, H. 2008. Global diversity of rotifers (Rotifera) in freshwater. Hydrobiologia, 595(1), 49–59. DOI: 10.1007/s10750-007-9003-7

Silvestre, A. N., & Carvalho, P. 1998. Bacia do Prata: aspectos qualitativos da água. In: I. Machado, A. Lopes, & K. Porto (Eds.), Reserva ecológica de Dois Irmãos: Estudos em um remanescente de Mata Atlântica em área urbana. pp. 51–64. Recife: Secretaria de Meio Ambiente-SECTMA.

Simões, L. L. 2008. Unidades de Conservação: conservando a vida, os bens e os serviços ambientais. São Paulo: WWF-Brasil: p. 22.

Simpson, E. H. 1949. Measurement of diversity. Nature, 163(4148), 688–688. DOI: 10.1038/163688a0

Sládeček, V. 1983. Rotifers as indicators of water quality. Hydrobiologia, 100(1), 169–201. DOI: 10.1007/BF00027429

Vallejo, L. R. 2013. Uso público em áreas protegidas: atores, impactos, diretrizes de planejamento e gestão. Anais – Uso Público Em Unidades de Conservação, 1(1), 13–26.

Wen, X., Zhai, P., Feng, R., Yang, R., & Xi, Y. 2017. Comparative analysis of the spatio-temporal dynamics of rotifer community structure based on taxonomic indices and functional groups in two subtropical lakes. Scientific Reports, 7(1), 1–10. DOI: 10.1038/s41598-017-00666-y

Yin, L., Ji, Y., Zhang, Y., Chong, L., & Chen, L. 2018. Rotifer community structure and its response to environmental factors in the Backshore Wetland of Expo Garden, Shanghai. Aquaculture and Fisheries, 3(2), 90–97. DOI: 10.1016/j.aaf.2017.11.001

Published

2019-06-15